São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Amnésia pode impossibilitar depoimento de sobrevivente

Segurança é testemunha-chave do acidente em tunel de Paris

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Uma amnésia pode impedir Trevor Rees-Jones, o único sobrevivente do acidente que resultou na morte da princesa Diana, de esclarecer as possíveis causas da batida no túnel de l'Alma, em Paris.
Rees-Jones está internado no hospital Pitié-Salpetrière, onde se recupera de uma cirurgia de reconstituição do rosto. O depoimento dele está sendo considerado fundamental para que a polícia e a Justiça esclareçam por que o motorista Henri Paul perdeu o controle do carro e bateu em um pilar do túnel.
A amnésia poderá ser um efeito colateral das elevadas doses de anestésicos que Rees-Jones recebeu durante a cirurgia. A possibilidade foi revelada ontem pelo jornal francês "Le Figaro". A informação teria sido passada ao jornal por um investigador do caso.
Além de Diana, morreram por causa do acidente o namorado da princesa, Dodi al Fayed, e o motorista Henri Paul.
Rees-Jones está se recuperando bem, segundo avaliação dos médicos do hospital, mas ainda não pode falar e está se comunicando ao piscar os olhos.
Apenas os pais dele, Jill e Ernie Rees-Jones, têm permissão para visitar o guarda-costas. Seu quarto está sendo guardado por cerca de dez policiais. Não há previsão de quando Rees-Jones terá condições de prestar depoimento à polícia.
Motorista
A Justiça liberou ontem o corpo de Henri Paul para ser enterrado. A informação foi divulgada por um amigo e porta-voz da família, Dominique Melo.
Os juízes de instrução Hervé Stéphan e Marie-Christine Devidal haviam estabelecido um prazo até as 17h (12h no Brasil) de ontem para que fossem apresentados novos pedidos de exame do sangue de Paul.
Três exames revelaram que Paul estava alcoolizado no momento da batida. O terceiro e último indicou entre 1,73 e 1,75 grama de álcool por litro de sangue e traços de remédios antidepressivos e para combater o alcoolismo -fluoxitina e tiapride, respectivamente. A quantia de álcool encontrada no sangue de Paul equivale, aproximadamente, a quatro copos de uísque.
Um porta-voz da família Al Fayed disse que Washington (EUA) que seria necessário realizar um exame independente do sangue de Paul. Mas, até o término do prazo estabelecido pelos juízes, nenhum pedido havia sido apresentado.
Ainda não há previsão de quando o enterro vai ocorrer.
Também segundo o "Le Figaro", a polícia está concentrando as investigações sobre a personalidade de Paul, seus hábitos e o meio em que vivia.

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