São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
ESTRANHA COMPETÊNCIA A crise financeira da prefeitura paulistana está atingindo um dos principais símbolos da propaganda do ex-prefeito Paulo Maluf. O PAS (Plano de Atendimento à Saúde) recebeu em agosto apenas 70% da verba prevista. Ao contrário do que seria esperado de um administrador competente, há cada vez mais indícios de que a gestão malufista levou o município a iniciativas insustentáveis. Sem poder continuar endividando o município com o artifício dos precatórios, a prefeitura age como quem cobre um buraco abrindo outro. Em meados de julho, o secretário municipal da Saúde, Masato Yokota, afirmava que o orçamento do PAS só chegaria até setembro. Pitta anunciou que as verbas faltantes seriam retiradas da Secretaria de Obras. Mas, nessa mesma época, o próprio secretário de Obras, Reynaldo de Barros, declarava estar "ocioso" pela redução dos recursos já ocorrida em sua área. É visível, de fato, a grande quantidade de obras paradas. Ainda na área da saúde, médicos foram afastados quando veio a público que eles orientavam os funcionários a economizar no atendimento. Pelo regime do PAS, cooperativas e médicos têm ganhos maiores se gastarem menos com a população. Enquanto isso, a prefeitura dobrava a verba de publicidade e retirava recursos de outras áreas sociais. Os "sacolões" perderam R$ 5 milhões. Estão quase paradas, entre outras, as ações do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Estivesse no setor privado, seria demitido um diretor que aventurasse a empresa em iniciativas para as quais ela não tem fôlego financeiro. Tudo indica que é esse o caso das gestões do PPB à frente da prefeitura paulistana. Em vez do planejamento de uma boa administração, há claros sinais de esgotamento orçamentário e improvisação. São fatos que contradizem a imagem de competência que Paulo Maluf e Celso Pitta procuram construir para si mesmos. Texto Anterior: CRIME E LEVIANDADE Próximo Texto: A noiva Mercosul Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |