São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
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Missa para padre Charbonneau reúne mil pessoas no Santa Cruz

DA REPORTAGEM LOCAL

O Colégio Santa Cruz comemorou 45 anos no sábado com uma missa celebrada pelo arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns. O principal homenageado foi o padre canadense Paul-Eugène Charbonneau, morto há dez anos.
Em torno de mil alunos, ex-alunos e seus pais participaram da missa e, depois, do coquetel de lançamento do livro "Charbonneau - Ensaio e Retrato", do poeta e artista plástico Alberto Martins (Scipione Cultural, 256 páginas, R$ 29,90).
"O padre Charbonneau foi formulador de um pensamento renovador", afirmou o diretor-geral do colégio, Luiz Eduardo Magalhães, sobre o filósofo e mestre que influenciou toda uma geração paulistana.
Segundo o livro de Martins, o próprio percurso do colégio foi marcado pelas inquietações do polêmico padre, que introduziu autores existencialistas, como Jean Paul Sartre, no currículo dos alunos.
"Ele fazia reuniões de casais e a lição que nos dava era que todas as quartas-feiras o marido deveria levar a mulher para ir jantar fora, tomarem uma boa garrafa de vinho, que tudo se resolveria", contou o ex-governador André Franco Montoro, que educou os sete filhos no colégio.
"Charbonneau tinha a pedagogia do tratamento de choque", disse o ex-aluno Sérgio Haddad, que fundou o supletivo do Santa Cruz e hoje dirige a organização não-governamental Ação Educativa. "Quando havia briga de alunos, levava-os para um ringue de boxe, dava luvas e dizia para eles lutarem."

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