São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Banco Garantia faz proposta a Botafogo

Grupo negocia ao mesmo tempo com Flamengo

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de assediar sem sucesso o São Paulo e estar no momento envolvida em uma paquera com o Flamengo, a GP Investimentos, empresa do banco Garantia, flerta agora com o Botafogo.
Apostando na aprovação da lei Pelé, que obrigaria os clubes a se tornarem empresas, a GP pretende, até 1998, entrar como sócia nos departamentos de futebol de cinco grandes clubes brasileiros.
Em reunião no último fim-de-semana, no hotel Mediterrané de Rio das Pedras, no litoral fluminense, a diretoria do Botafogo reuniu-se com empresários dispostos a viabilizar o futebol-empresa no clube.
Três propostas foram apresentadas. A única confirmada pelo clube é a do Grupo Opportunitty, representado na reunião pelo economista botafoguense Pérsio Arida.
A Folha apurou que o projeto mais complexo e que teve a melhor acolhida foi o da GP Investimentos, semelhante ao apresentado ao São Paulo (leia texto ao lado).
O plano é calcado em um investimento pesado no clube ao longo de pelo menos cinco anos, vinculado ao domínio pela GP do controle acionário da empresa.
Um dos diretores da GP, Luiz Del Marco, levou à reunião da praia um esboço para impressionar a cúpula botafoguense. Fez um organograma da nova empresa, que, em homenagem ao maior ídolo da história do clube, se chamaria Garrincha S.A., e foi muito interrogado pelos botafoguenses presentes.
Em certo momento, o presidente do clube, José Luiz Rolim, surpreso com a retórica de Del Marco, afirmou: "Você trouxe um projeto pronto. Os outros não vão ter chance de apresentar propostas".
Rolim não confirmou o interesse da GP e nem revelou o nome do terceiro grupo, mas diz que o clube é que foi procurado por todos. "Eles alegam que temos uma uma imagem de modernidade."
O maior problema é que, no conceito dos assediados e da própria GP, é inviável fazer associação com mais de um grande clube por Estado, e, há três semanas, a GP vem negociando com o Flamengo.
O trabalho em duas frentes seria pela desconfiança que os executivos da GP nutrem em relação ao Flamengo, principalmente ao presidente, Kleber Leite, e ao vice de Futebol Michel Assef.
A reportagem ligou duas vezes para a GP ontem. Foi informada de que Del Marco estaria viajando. Depois, de que nenhum diretor da empresa dá entrevistas.

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