São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chegam os catalões Raimat e Bach

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Duas novas marcas espanholas, Raimat e Masia Bach, acabam de integrar o elenco de vinhos ibéricos disponíveis na cidade.
As duas firmas -localizadas na Catalunha, terra do nordeste da Espanha com tradição no mundo de Baco- pertencem ao grupo Codorniú, um dos principais produtores de espumantes do país.
Os Raimat nascem na propriedade do mesmo nome -que ocupa cerca de 3.000 hectares na região de Costers del Segre, no interior da Catalunha. A finca foi comprada em 1914, época em que era considerada praticamente um deserto.
A recuperação das terras levou décadas, exigindo a construção de um canal para trazer água dos Pirineus, malhas de irrigação para distribuí-la e o plantio de cereais e árvores para recuperar o solo, preparando-o para receber videiras.
Há hoje no lugar cerca de mil hectares de vinhedos -plantados com cepas nativas, como a Tempranillo, e francesas, que incluem best sellers como Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay-, que são cuidados com a assessoria das universidades californianas Davis e Fresno.
Um Chardonnay, safra 96, compõe a ala dos brancos do primeiro desembarque dos Raimat. É um vinho de paladar intenso, dominado apenas pela fruta (um prato cheio para aqueles que dispensam o tempero da madeira), vivaz, com boa acidez, sendo ideal para acompanhar pratos leves de peixe ou carnes brancas (R$ 23,41, 84/100).
Entre os tintos há um bom Cabernet Sauvignon, safra 93. Nele, o amadurecimento em barris de carvalho norte-americanos aparece nítido no toque defumado, de suave mentol e baunilha, mas bastante integrado no paladar (robusto) com a fruta (framboesa, cassis) e o toque herbáceo típico dos Cabernet (R$ 24,10, 86/100).
A Masia Bach (a primeira palavra significa fazenda, em catalão) está localizada em outra região, o Penedés, ao leste da Raimat, perto da costa do Mediterrâneo.
A propriedade formada no início do século pelos irmãos Bach, que eram plantadores de algodão, pertence a Codorniú desde 1975.
Os vinhos da Masia Bach são mais simples que os Raimat, cujo forte reside na boa relação preço-qualidade.
O Extrísimo branco, safra 96, atrai pelo paladar alegre marcado por abacaxi e maçã verde (R$ 10,41, 82/100,). Esse vinho representa um elo com a indústria do algodão ("extrísimo" é o termo que qualifica as fibras de excelente qualidade) e é uma boa opção como aperitivo ou para acompanhar saladas e pratos leves.
Já o Merlot 95 é um tinto apreciado tanto pelo seu aroma e sabor típico -da variedade groselha, bem mesclado com a madeira (chocolate, leve torrado)- como pelo preço (R$ 13,33), bem em conta para um vinho do seu nível (84/100).

Onde encontrar: Masia Bach (Gomes Carrera, tel. 011/279-1488) Raimat (Casa dos Frios, r. Haddock Lobo, 354, tel. 011/214-3347)

Texto Anterior: Cozinha do Terraço fica mais moderno
Próximo Texto: Litoral promove festival de sete países da regata Whitebread
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.