São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Aids nos EUA diminui pela primeira vez

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Pela primeira vez desde que a epidemia de Aids teve início, na década de 1980, o número de novos casos da doença caiu num ano em relação ao anterior nos EUA.
Em 1996, foram registrados no país 56.730 diagnósticos de Aids no país contra 60.620 em 1995, um declínio de 6%. O número de novos casos da doença vinha subindo em média 2% ao ano nesta década. O grupo demográfico em que se registrou maior diminuição foi a de homens brancos homossexuais e bissexuais: 15%. Mas entre homens negros heterossexuais houve aumento de 19% dos novos casos de Aids em 1996 em relação a 1995. Entre mulheres negras, o crescimento foi de 12%.
Os números, divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), confirmam a tendência registrada nos últimos três anos de crescimento da incidência de Aids entre heterossexuais e diminuição entre homossexuais.
Eles também mostram a eficácia dos novos tratamentos da Aids, em especial os "coquetéis" de medicamentos. O CDC também revelou que a expectativa de vida entre pessoas com Aids aumentou.
Em 1996, viviam nos EUA 235.470 pessoas com Aids, um crescimento de 11% em relação ao anterior. "Nós temos um número crescente de pessoas vivendo com Aids e isso quer dizer que nós precisamos continuar aumentando os recursos para tratá-las", disse Patricia Fleming, chefe do setor de Aids do CDC, que classificou o relatório de 1996 sobre a doença nos EUA como "muito boa notícia".
Na semana passada, o governo já havia divulgado que a Aids havia deixado de ser em 1996 a principal causa de morte entre pessoas entre 25 e 44 anos nos EUA. O número de mortes causadas por Aids caiu 26% em 1996, comparado com 95.
Os novos tratamentos contra Aids também fizeram com que caísse o número de crianças que nascem com o vírus HIV no país. Em 1996, foram registrados apenas 500 desses casos, em comparação com uma média de 1.800 no início desta década. Mas, em outros países do mundo, o número de recém-nascidos infectados com HIV tem aumentado. Em 1996, ele foi de 300 mil. O tratamento da gestante com HIV é caro. O cálculo é que entre US$ 400 e US$ 900 devem ser investidos em drogas para o bebê nascer sem o vírus.
Em 1985, 7% das pessoas com Aids eram mulheres; em 1996, essa porcentagem passou para 20%. A doença também tem se disseminado menos entre brancos do que entre outros grupos étnicos: em 1985, 60% dos enfermos com Aids eram brancos; agora, eles são 40%. A porcentagem de negros passou de 25% para 40% e de hispânicos de 15% para 19%.

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