São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Protesto salva gatos de festa gastronômica peruana

DA "REUTER"

Grupos de proteção dos animais conseguiram cancelar na última hora um festival de comida de gato que seria realizado ontem em Canete, cidade costeira do Peru.
Os organizadores anunciaram com tristeza o cancelamento do "Grande Festival Gastronômico Felino" devido à insistência de grupos de defesa dos direitos dos animais.
"Nós salvamos a vida dos gatos. O gato não é um animal para o consumo doméstico. Ele pode transmitir doenças graves, como a toxoplasmose", afirmou Rosário Quintanilla, presidente da Associação dos Amigos dos Animais do Peru.
A propaganda da celebração anual da festa de Santa Efigênia de Canete mostrava moradores locais, auxiliados por ratos e redes, perseguindo gatos, cuja carne é muito apreciada na cidade.
Um morador de Canete, identificado como Jaime, explicou à TV peruana que gatos sem dono são os mais saborosos. "Gatos de rua são os melhores, eles têm muito mais sabor."
Outro morador segurou um gato, com o rabo já cortado, e proclamou entusiasmado: "Está pronto para a panela".
O hábito de comer gatos no Peru teve origem entre os escravos negros. Eles trabalhavam nas enormes "haciendas" peruanas do século 19, no litoral sul do país, e caçavam gatos para complementar sua alimentação precária.
"Algumas pessoas também os comem por superstição. Elas dizem que os gatos têm sete vidas e, ao comê-los, elas acham que viverão mais", afirmou o músico e especialista em folclore peruano Manuel Acosta.
Os gatos têm a cabeça, rabo e espinha removidos antes de serem fritados, cozidos, assados ou grelhados, de acordo com o gosto pessoal.

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