São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Sérgio Motta faz críticas ao PMDB e ao PT

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta (PSDB), disse ontem em Campo Grande (MS) que há políticos "bons, bonzinhos, malandros e malandrinhos" no PMDB. Motta esteve na cidade participando da filiação ao PSDB de 3 deputados federais, 1 estadual e 2 prefeitos de Mato Grosso do Sul -todos deixando o PMDB.
"Os tucanos aí estão de bico partido e asa quebrada", afirmou o presidente do PMDB, deputados Paes de Andrade (CE), em Brasília, em resposta à declaração.
Motta também atacou o PT, no discurso de quase 20 minutos na Assembléia, onde ocorreram as filiações. "Eu respeitava muito (o PT), mas não respeito mais, porque de 50 membros da executiva, 49 são funcionários públicos."
O ministro fez críticas à administração do atual governador, Wilson Barbosa Martins (PMDB). "O governador é uma pessoa boa. Pena que as que ficam abaixo dele não sejam tão boas."
O ministro disse que "tem de tudo" no PMDB, mas seu partido "quer apenas os bons". Afirmou que o que "acabou" com o PMDB foi que o partido se transformou "numa confederação de Estados", risco que, para ele, o PSDB também corre. Ele referiu-se às queixas dos governadores Mário Covas (SP) e Eduardo Azeredo (MG).
"O país não pode ter mais políticas privilegiadas. Há uma política federal, não de interesse regional", declarou, elogiando a administração de Covas, que teria herdado "pragas bíblicas" de seu antecessor, Luis Antônio Fleury Filho.
Além de Motta, participaram da solenidade o presidente do PSDB, senador Teotônio Vilela Filho, o secretário-geral, Artur Virgílio, e o líder na Câmara, Aécio Neves.
Motta disse que Teotonio -a quem chamou de Teo- é seu "velho e fraternal amigo" e repudiou "fofocas mal-plantadas e mentirosas" publicadas em jornais. O ministro criticou na semana passada a atuação da executiva, o que levou Teotonio a ameaçar deixar o cargo em reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Motta disse ainda que o interesse dos jornais "não pode ser quem falou mal de quem. Isso é uma miséria e uma pobreza intelectual".
Ele enfrentou um protesto ao tentar dar uma entrevista coletiva no aeroporto internacional de Campo Grande, pela manhã. Um grupo de 15 manifestantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) gritava em coro "Serjão, Serjão, comprou a reeleição".
Motta disse que o ato, pelo número de pessoas, não significava "nada" e suspendeu a entrevista.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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