São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997
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Covas volta a criticar Maluf no interior

CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A RUBINÉIA

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), que afirma não ser candidato à reeleição, voltou ontem a atacar o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), principal adversário dos tucanos nas eleições de 98.
Covas questionou a honestidade do ex-prefeito em entrevista coletiva que concedeu em Rubinéia (635 km a noroeste de São Paulo).
O governador esteve na cidade para acompanhar a colocação da última parte da estrutura metálica da ponte rodoferroviária que ligará São Paulo e Mato Grosso do Sul.
"Algema é uma coisa que ele deve conhecer bem", disse Covas sobre o ex-prefeito. Maluf afirmou na quarta-feira que o governador será "algemado" pelo PSDB e sairá candidato em São Paulo.
A assessoria do ex-prefeito foi informada sobre o teor do comentário de Covas no fim da tarde de ontem. Até as 20h, não havia localizado Maluf.
Em seguida, Covas lembrou que ele e Maluf estudaram engenharia juntos e brincou: "Ele jogava no gol. Era um grande frangueiro".
A suspeita de irregularidade na compra de frangos pela Prefeitura de São Paulo durante a gestão Maluf se tornou uma das vedetes dos ataques tucanos ao pepebista.
Covas também respondeu à afirmação de Maluf segundo a qual ele declara não ser candidato por "vergonha" de estar mal colocado nas pesquisas.
Segundo Covas, "só tem vergonha de ser candidato quem é acusado de uma porção de coisas". Disse que, quando deixou a Prefeitura de São Paulo, não foi acusado de cometer atos irregulares. "Ninguém apontou uma compra irregular, alguma granja comprada por mim", observou, numa nova referência à questão dos frangos.
O tucano lamentou a saída do PSDB de Ciro Gomes, que se filiou ao PPS. "Acho muito ruim que ele tenha saído do partido. É um quadro jovem, com história política consolidada e futuro assegurado."
A ponte rodoferroviária visitada por Covas, no rio Paraná, terá 2.600 metros. Ela permitirá a ligação de uma das linhas da Fepasa com a Ferronorte.
Os primeiros 100 quilômetros da Ferronorte ficarão prontos em abril de 98, quando a ponte também será concluída. Esse trecho permitirá o escoamento de cerca de 1 milhão de toneladas de produtos agrícolas do Centro-Oeste pelos portos de Santos (SP) e Sepetiba (RJ). A estimativa é que o frete caia R$ 20 por tonelada.

A repórter Cláudia Trevisan viajou a convite do governo do Estado de São Paulo

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