São Paulo, sábado, 27 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
ONG denuncia exploração de meninas na PB
ADELSON BARBOSA
Segundo Machado, existe uma tabela de preços que seriam pagos por aposentados às meninas. Os preços variam de R$ 1,00 a R$ 5,00, de acordo com Machado. A Polícia Civil da Paraíba já indiciou ontem quatro homens acusados de envolvimento com prostituição infantil em Boqueirão (169 km de João Pessoa). Segundo o ex-promotor, o caso que mais chocou a cidade foi o de Jacira, 6, que era usada por homens aposentados, na faixa etária de 60 a 80 anos, para a prática de sexo oral. Em troca, ela recebia R$ 5,00 e levava o dinheiro para casa. Para ver os órgãos sexuais das meninas, eles pagariam R$ 1,00. Para ser masturbados, pagariam R$ 2,00. Para sexo oral, anal e vaginal, os aposentados pagariam R$ 5,00. "É um absurdo, mas é a verdade", disse a vice-presidente da ONG, Lúcia Batista de Almeida. A polícia disse desconhecer os valores da tabela. Segundo Machado, quando os aposentados não têm dinheiro, oferecem pão como forma de pagamento. Lúcia afirmou que a prostituição infanto-juvenil em Boqueirão resultou em pelo menos um estupro e duas adolescentes (12 e 17 anos) grávidas do ano passado para cá. Ela disse que a ONG retirou pelo menos seis meninas e adolescentes da rede de prostituição infantil nas ruas de Boqueirão. As meninas, segundo Lúcia Almeida, recebem assistência da ONG, onde estudam, praticam esportes e se alimentam. "As meninas faziam ponto na rua e procuravam os homens para pedir dinheiro. Em troca, eles exigiam sexo. As meninas se acostumaram e passaram a frequentar as casas deles", disse. A delegada de Boqueirão, Maria José Albuquerque, disse que não conseguiu provas para incriminar outros homens. Texto Anterior: Inquérito da ação do Gate em Santo André mostra 4 tiros Próximo Texto: Filho teme despejo e 'sequestra' a mãe Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |