São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
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CRONOLOGIA DA MORTE

. Vésperas do Natal de 1975
Neide telefona para seus familiares, que moravam no Rio, e promete passar o Ano Novo com eles. Diz estar com emprego novo e promete trazer sua filha para morar com ela, em São Paulo. Não faz novo contato com a família. Segundo versão de amigas, ela saiu para uma festa e não voltou mais.
. Madrugada 31 de dezembro de 1975
Neide é internada no setor de queimados do Hospital Municipal de Tatuapé, em São Paulo. A internação é registrada no livro de registro de entrada do hospital.
Há registros de um informe feito pela PM ao Dops naquela mesma madrugada. No mesmo informe, há referência à ligação de Neide com o PCB e ao codinome usado por ela, "Lúcia". A família não é informada sobre a internação.
. 7 de janeiro de 1975
Neide morre no Hospital do Tatuapé, às 18h25. Não há nenhum registro de sua morte nos meios de comunicação. Começam as contradições nas informações oficiais. Segundo o livro de registro de óbitos, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal no mesmo dia. Há registros do hospital de que a família foi avisada da morte naquele mesmo dia. A família diz que só foi avisada na manhã do dia 8 de janeiro. Veio para São Paulo, onde foi recebida no hospital por policiais. Ficou todo o dia acompanhada de policiais.
. 8 de janeiro de 1975
Documentos do Instituto Médico Legal indicam que o corpo chegou ali às 18h30 desse dia -e não no dia anterior, como informara o registro de óbitos do hospital. O exame necroscópico do cadáver só sai no dia seguinte.
. 9 de janeiro de 1975
Neide é sepultada em caixão lacrado no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo. O enterro foi acompanhado por policiais e familiares. A versão dada por policiais aos familiares é a de que ela ateara fogo ao próprio corpo. A família não acredita nessa versão.

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