São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997 |
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Secretário critica a política de Fleury
ROGÉRIO SIMÕES
"Isso acabou dando no que deu", afirma. Como exemplo de política equivocada, Marques cita o fato de o sistema penitenciário ter ficado sob a responsabilidade da Secretaria da Segurança Pública, até a morte dos 111 presos na Detenção. "Quem prende não deve tomar conta de presos", diz. Segundo ele, o atual governo paulista tem conseguido negociar com os presos nas ocorrências de rebeliões sem necessariamente usar a violência. "Sempre esgotamos as negociações", diz. Já o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho acusa o atual governo de "permissividade" com as rebeliões. "Na minha época se negociava, hoje o que a gente vê não é bem isso", diz. Para Fleury, o atual governo tem cedido às exigências dos detentos. Azevedo Marques nega que esse problema esteja ocorrendo atualmente. "(A opinião do ex-governador) É fruto de desinformação", afirma. "Nós nunca abrimos mão da autoridade." Em julho do ano passado, o governo paulista criou um Grupo de Negociadores, para agir em casos de rebeliões e tentativas de fuga. Vagas O ex-governador Fleury diz que mantinha o sistema penitenciário na Secretaria da Segurança Pública para unificar a oferta de vagas no sistema. "Isso não significava que os policiais haviam tomado conta dos presídios." Mas ele admite que, na prática, era impossível a Secretaria da Segurança Pública cuidar das duas estruturas. Depois da morte dos 111 presos, Fleury criou a Secretaria da Administração Penitenciária, mas, segundo o então secretário-adjunto da Segurança, Antônio Filardi Luiz, o governo da época estudava a privatização dos presídios. Hoje, com um total de 6.463 presos, a Casa de Detenção está a caminho de ser desativada. O governo prevê construir 21 presídios, com 17.520 vagas novas. Segundo Azevedo Marques, isso será suficiente para esvaziar a Casa de Detenção e retirar os presos de distritos da Grande São Paulo. A Penitenciária do Estado e o COC (Centro de Observação Criminológica), também pertencentes ao Complexo do Carandiru, deverão permanecer no local. (RS) Texto Anterior: Coronel diz que hoje poderia não invadir Próximo Texto: 'Não era para morrer ninguém' Índice |
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