São Paulo, domingo, 28 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Drags ganham novo status

ANDRÉ FISCHER

Antigamente, elas eram chamadas de caricatas e só ganhavam as ruas durante o Carnaval. Essa figura foi revisitada durante o boom dos clubbers, que trouxe como um de seus emblemas a drag queen, ícone do humor, glamour e dubiedade sexual.
Quando a mídia descobriu o fenômeno, muitos repórteres insistiam em dizer que as drags eram "homens mesmo", que gostavam de se vestir de mulher, tentando definir parâmetros para as diferenciar dos travestis. Equívocos à parte, elas se tornaram os "clowns" que animam de boates a festas infantis e programas de auditório.
Algumas já alcançaram status de estrelas como a onipresente Silvetty Montilla e seus hilários jargões que são hits na noite gay paulistana ("Tô bonita?") e a finérrima Paulette Pink, que pode ser vista em anúncios, tem site na Internet e é figura obrigatória nas festas dos socialites mais moderninhos. Cindy Babado já acumula o papel de DJ às funções de hostesse, e Grace Black faz carreira de teatro.
Kaká DiPolly ocupa o lugar da "drag-empresária", com colunas sociais em várias publicações, representação de uma marca de maquiagem, agência de modelos-drags e sósias e se prepara para abrir loja própria, Femme Fatale, na Galeria Ouro Fino, em outubro. E ainda encontra tempo para clinicar como psicólogo em seu consultório.
Para mapear o fenômeno, a OK Magazine está preparando para novembro uma edição especial, a OK Dragzine, com editoriais de fotos com as fofas se montando, mesa redonda sobre sexo e preconceito e dicas sobre como se tornar uma drag bem sucedida.

Texto Anterior: Sem poluição dentro de casa
Próximo Texto: Por que somem as ruivas?
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.