São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997 |
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Peça do Uruguai marca presença em festival
DANIELA ROCHA
Com texto do argentino Alejandro Tantanian e direção de Mariana Percovich, conhecida por fazer espetáculos em espaços pouco convencionais, "Juego de Damas Crueles" trouxe uma mostra de um teatro jovem e inusitado da companhia La Caballeriza, de Montevidéu. Na história, três irmãs, Ulrica, Leopolda e Juliana, estão fechadas em um passado familiar marcado por jogos criados por elas mesmas. As três atrizes são o ponto alto do espetáculo. Verónica Perrotta interpreta uma mulher forte, a herdeira da tradição paterna, Ulrica. Jenny Goldstein é Leopolda, e Maria Elena Pérez faz uma atuação comovente no papel de Juliana. No começo do espetáculo, apresentado na ante-sala do casarão, as regras são propostas para que o público siga várias sagas, histórias contadas ou mostradas nos cômodos da casa pelas três irmãs, junto dos Enriques, que na verdade são projeções de um irmão morto. O que de vê depois é puro jogo teatral nas histórias e na interpretação dos atores. Com um texto que vaga entre o realismo fantástico e Nelson Rodrigues, histórias sobre amor, abandono e, sobretudo, desejo exacerbado parecem surgir dos porões da velha casa. No Uruguai, a peça estreou em um espaço chamado Caballerizas de Blanes, "um local que conta uma história própria, história de fantasmas", segundo a diretora. Umidade Já o grupo espanhol Sémola Teatre trocou a pirotecnia pela água e pelo humor "nonsense". Em "Hibrid", uma superprodução apresentada em Porto Alegre, há chuva, banho de banheira, regador de jardim e baldes voando. O palco é dividido em três áreas, onde são feitos quadros rápidos. Num deles, na parte superior, há um homem tomando banho de banheira, enquanto embaixo um casal janta e vê TV, sem se importar com os litros d'água que desabavam sobre suas cabeças. (DR) Texto Anterior: Vanderkeybus tira arte da superstição Próximo Texto: Capital baiana é a primeira do país a realizar censo cultural Índice |
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