São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Guedes deixa construção de avião para gravar novo disco

Depois de seis anos, compositor e cantor lançará dois CDs

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O cantor e compositor Beto Guedes, 46, interrompeu seu projeto de construir um avião e prepara a gravação de um CD ainda este ano, com seus maiores sucessos em versões mais acústicas.
O contrato com a gravadora Sony Music prevê o lançamento de dois discos. O primeiro, a ser lançado em março, terá produção musical de Jaques Morelenbaum.
"Resolvi voltar a gravar porque minha profissão é ser músico. A aviação é hobby", disse.
A "brincadeira", no entanto, consumiu os últimos seis anos de sua vida. Seu último disco, "Andaluz", foi lançado pela EMI-Odeon em 1991.
Nesse período, ele aprendeu a pilotar, tirou brevê e começou a construir a aeronave. Deixou de lado até mesmo sua outra paixão, assistir a filmes.
Sem a exigência de fazer turnês para promover as vendas e sem a pressão das gravadoras, diminuíram convites para shows no país, e Guedes quase não compôs mais.
O próximo disco terá uma seleção de seus maiores sucessos, como "Amor de Índio", "Sal da Terra" e "Lumiar".
Guedes conheceu Morelenbaum nas sessões de estúdio de seus discos anteriores, quando o arranjador Wagner Tiso chamava o violoncelista para participar das gravações.
O avião que Guedes constrói no aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, é um modelo Paulistinha, que, segundo ele, foi fabricado no Brasil nos anos 40 para treinamento e lazer, sob licença de uma indústria dos EUA.
O Paulistinha tem pouca autonomia de vôo, mas permite viajar até 400 quilômetros com conforto.
O cantor começou a construir o avião a partir de restos de aviões antigos que encontrou no próprio aeroporto. As asas do avião foram fabricadas no apartamento do cantor, na zona sul de BH.
Atualmente, a estrutura já está pronta, faltando apenas o motor e o resto da parte mecânica.
Com o esperado retorno à parada de sucessos, Guedes disse que vai conseguir os recursos para adquirir o motor e realizar seu sonho de pilotar o próprio avião.
"Já estive no topo das paradas. O certo seria eu comprar o avião, em vez de construí-lo, mas o mercado de música não permitia. Agora, parece que ele se ampliou."
(CHS)

Texto Anterior: Wenders busca a radiografia da violência
Próximo Texto: Oratório mineiro decora quarto do papa em sua estadia no país
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.