São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998 |
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Cúpula com a UE é discutida
CLÓVIS ROSSI
FHC será o anfitrião dessa nova cúpula, prevista para o ano que vem, no Rio de Janeiro. Um encontro ainda mais complicado que o das Américas, pelo número de países envolvidos: são 33 dos 34 que estiveram em Santiago (excluídos apenas os Estados Unidos) e 15 da Europa, totalizando 48. Além disso, o encontro terá o que a diplomacia adora chamar de "geometria variável", ou seja, várias cúpulas paralelas. Uma delas, a principal, entre a União Européia e o Mercosul, para discutir a zona de livre comércio que as partes planejam para o ano de 2005. Há uma velada disputa entre EUA e UE em torno do Mercosul, pois a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), da qual os EUA são os inspiradores, também está programada para 2005. Por isso, o primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, e o rei Juan Carlos trataram do tema com FHC durante a visita de cortesia ao presidente brasileiro. A proposta original da cúpula UE/América Latina é espanhola, mas há o temor de que a agenda fique solta demais, em função do grande número de envolvidos. Conversa puxa conversa, cúpula puxa cúpula, e Aznar quis saber sobre o tema de Santiago. FHC explicou que a integração comercial, que deveria ser o eixo da reunião de países americanos, terminou diluída em Santiago. Primeiro, porque os EUA não dispõem do mecanismo chamado "fast track" (via rápida), pelo qual o Executivo fica autorizado a negociar acordos comerciais que, depois, o Congresso apenas ratifica, sem poder emendá-los. O rei Juan Carlos disse ao presidente que a conversa servia também para que ele treinasse o seu português, aprendido nos anos em que o pai, o conde de Barcelona, viveu exilado em Portugal. (CR) Texto Anterior: Desestatização atrai espanhóis Próximo Texto: TRE suspende programas sociais do Acre Índice |
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