São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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'Rebeldes' aceitam negociar saída de Pitta

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores dissidentes da bancada governista na Câmara de São Paulo estão pedindo ao ex-prefeito Paulo Maluf que force a renúncia ou a licença por seis meses do prefeito Celso Pitta (PPB).
Segundo a proposta dos dissidentes, Pitta pediria uma licença por tempo determinado sob alegação de permitir uma investigação isenta sobre a sua administração -que vai passar por pelo menos duas CPIs nos próximos meses, dos Precatórios e da Educação.
No caso de a posse provisória de Régis de Oliveira (PFL) conseguir melhorar a imagem da cidade e o atendimento aos vereadores, o vice seria mantido no cargo.
Pitta, que viajou na sexta-feira para visitar usinas de lixo na Alemanha e na Itália, descarta qualquer possibilidade de pedir licença ou renunciar ao cargo.
"Eu fui eleito democraticamente pela vontade de mais de 3 milhões de pessoas e aqui permanecerei até o fim do mandato", disse Pitta. "Não pretendo de forma alguma me licenciar, mesmo porque sou um amante do trabalho."
No fim-de-semana, Maluf se reuniu com os vereadores rebeldes e com o vice-prefeito Régis de Oliveira em sua casa. Candidato do PPB ao governo do Estado e favorito nas pesquisas de intenção de voto, Maluf pediu uma trégua aos "rebeldes" até o primeiro turno das eleições, em outubro.
"Aceitamos conversar sobre qualquer idéia e com qualquer pessoa, mas não voltamos atrás na exigência da saída do prefeito", afirmou Paulo Frange.
"Se alguém na prefeitura se dispuser a negociar, queremos uma reunião de portas abertas, na presença da imprensa, para provar que não queremos cargos e não aceitaremos nenhuma proposta ilícita para recuar."
A Folha apurou que Régis de Oliveira propôs a Maluf um governo de coalizão, aceitando manter em sua hipotética administração secretários ligados ao ex-prefeito, como Lair Krahenbuhl (Habitação) e Rodolfo Konder (Cultura).
Sobre a proposta de Pitta se licenciar ou renunciar, Maluf teria dito que não pode forçá-lo a nenhuma atitude contrária à sua vontade, mas se comprometeu a avaliar todas as sugestões que possam minimizar os efeitos da crise na sua campanha.
(MRH)

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