São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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Inseticida contamina 122 servidores no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

A FNS (Fundação Nacional de Saúde) afastou do serviço no Rio de Janeiro 122 funcionários contaminados pelos inseticidas usados no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
A contaminação pelos inseticidas foi confirmada pelo diretor do laboratório estadual Noel Nutels, Oscar Berro, onde foram realizados os primeiros exames dos servidores que participavam do programa de combate à dengue no Rio.
A Folha não conseguiu localizar diretores da FNS ontem. Segundo Berro, os servidores foram afastados do trabalho como medida básica para recuperarem a saúde. Os funcionários apresentavam sintomas como náuseas e vômitos. Em alguns casos, taquicardia e tremores.
Berro disse não haver risco para a população. Segundo ele, os servidores foram contaminados pelo contato direto com os inseticidas. Provavelmente, afirmou, não usaram os equipamentos de segurança adequados, como máscaras e luvas.
"Não existe risco para a população porque o produto é disperso no ar. O risco é não ter o 'fumacê"', disse Berro, se referindo ao serviço de pulverização no ar do inseticida Senitrothion, para combater o mosquito.
Segundo ele, outra fonte de contaminação, menos provável, é a colocação do inseticida granulado Temphoes em cisternas e outros recipientes de água. Para Berro, o sistema de pulverização no ar é o que mais traz riscos.
A pulverização torna mais fácil a absorção do inseticida pelo organismo do servidor, por meio da pele e das mucosas.
Segundo Berro, os atingidos devem ser afastados do trabalho por um período que varia de algumas semanas a até seis meses.
Os pacientes mais graves, com mais sensibilidade, não devem voltar a trabalhar com inseticidas. Berro afirmou que o contato prolongado pode provocar reações alérgicas, problemas respiratórios e até mesmo leucemia.

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