São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 1998
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Bebê dado como morto deu início ao caso

DA AGÊNCIA FOLHA EM SÃO LUÍS

Os supostos enterros coletivos de natimortos foram descobertos há cerca de um mês por uma juíza de São Luís (MA), onde tramita o processo de um bebê que, segundo a família, teria desaparecido da Santa Casa de Misericórdia.
Ao visitar o cemitério do Tibiri, onde estaria enterrado o corpo da filha da enfermeira Conceição de Maria, 27, a juíza Oriana Gomes disse ter descoberto os enterros coletivos. No mesmo cemitério, não foi encontrado registro do sepultamento do bebê.
A enfermeira deu à luz uma menina de 4,5 kg às 6h15 no dia 15 de novembro de 95 na Santa Casa.
Conceição de Maria disse que estava consciente durante o parto normal e viu a filha nascer, mas no dia seguinte ela foi dada como morta pelo hospital.
Segundo Maria Carmelita Cunha, mãe da enfermeira, foi apresentado à família um natimorto dentro de um saco plástico pesando menos de um quilo.
"Além disso, a pulseirinha de identificação não trazia o nome da minha filha", disse a avó do bebê supostamente desaparecido.
A família entrou na Justiça para apurar o caso. No decorrer do processo, que chegou a ser arquivado, a Polícia Fededal comprovou, por meio de perícia, que a assinatura de um integrante da família autorizando o enterro era falsa.
O provedor da Santa Casa do Maranhão, José Murad, 76, negou todas as denúncias e disse acreditar que elas teriam objetivo de um futuro "pedido de indenização" por parte da família.
Murad disse que o bebê nasceu morto e foi enterrado. "Tem atestado de óbito, tudo direitinho." Para ele, o fato de o corpo não ter sido localizado é uma "desorganização do cemitério".

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