São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Solteironas levantam a bandeira de 'titias'

RITA NAZARETH
DA REPORTAGEM LOCAL

Algumas perderam as contas de quantos Dias dos Namorados já passaram sós; outras fizeram a opção recentemente. Todas, no entanto, afirmam não temerem, nem um pouco, ficar para "titias".
Elas não carregam Simone de Beauvoir debaixo do braço e não rejeitam dormir bem acompanhadas, mas também não excluem a certeza de que nem sempre é legal dividir suas vidas com alguém.
"Essa história de que namorado serve como cobertor de orelha é bobagem", diz a publicitária Ana Carolina de Almeida, 27. "Eu tenho pijama de flanela, meias de lã e edredom de pena de ganso. Tem coisa melhor do que dormir com tudo isso e não ter ninguém puxando a sua coberta?" Considerada linda por seus amigos e com uma carreira em ascensão em uma das maiores agências de publicidade do Brasil, Ana Carolina conta que, após seu último relacionamento, que terminou há dois meses, foi promovida duas vezes.
"Quero mais é me estabilizar profissionalmente", diz a publicitária. "Não vejo necessidade de estar com alguém que não me dá apoio e só pensa em si mesmo."
Também bem sucedida profissionalmente e sem namorado, Helena Schevtschinko, 42, que assessora presidentes de grandes empresas, diz que já esteve na iminência de se casar várias vezes.
"Namorei um médico durante 15 anos", afirma Helena. "Quando ele me pediu em casamento, decidi pular fora. Optei pela minha independência."
Bombardeada pela imprensa e pelos fãs, a atriz Aracy Balabanian, 58, também vive explicando o porque de nunca ter se casado, nem ter tido filhos.
"Não vou negar que tive momentos muito bons em minha vida, mas também tive uma série de desencontros", diz Aracy.
"As pessoas confundem o estar só com o ser solitária. Posso ter estado só, mas nunca estive solitária, porque vivo rodeada das pessoas que amo", diz a atriz. "Só não digo que já perdi a esperança de encontrar alguém que se encaixe."

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