São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Leonardo ganha vaga de Giovanni

MARCELO DAMATO; ALEXANDRE GIMENEZ; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A OZOIR-LA-FERRIÈRE

O técnico Mario Zagallo decidiu colocar o meia Leonardo para aumentar o poder ofensivo da seleção brasileira. Leonardo vai começar a próxima partida da seleção brasileira, terça-feira, contra Marrocos, em Nantes.
Apesar de já ter tomado a decisão, Zagallo preferiu continuar mantendo o tema em suspense.
"Não vou anunciar a minha decisão com tanta antecedência. Nenhuma outra seleção faz isso. O anúncio será apenas na hora do jogo. Mas vocês podem observar e tirar suas conclusões."
E, observando o treino tático de ontem, não restaram dúvidas. Pela primeira vez, Leonardo treinou entre os titulares.
O jogador, cujo humor já melhorara nesta semana, estava exultante: "Estou superbem, superfeliz". Mas ele também não quis confirmar sua promoção a titular.
A escalação de Leonardo significa a volta do homem de confiança de Zagallo. Ele era a primeira opção depois que o meia Juninho se machucou, em fevereiro.
Giovanni só foi convocado por uma pressão do coordenador técnico Zico. Ele defende o meia-atacante dizendo que ele já tinha entrosamento com Rivaldo por atuarem juntos no Barcelona.
Como Zagallo estava preocupado com a falta de tempo para treinar a equipe, ele cedeu.
Após o treino, Bebeto já assumia a mudança na equipe como pública. "Sei o que o Giovanni está passando. Todo mundo fica triste quando perde o lugar no time."
Ao comparar os dois jogadores, Zagallo disse que "Giovanni dá mais uma opção nas jogadas altas da área, e o Leonardo é mais dinâmico". Só por essa declaração, já daria prever a mudança.
Nas duas semanas anteriores à Copa, Zagallo repetiu várias vezes que "futebol é movimentação".
Mas jogadores e comissão técnica manifestaram visões opostas para analisar a troca.
Para o coordenador técnico Zico, com Leonardo o Brasil deve ter maior presença no ataque. Zagallo, no mesmo tom, disse que ele tem maior presença ofensiva.
César Sampaio mostrou opinião inversa. "Giovanni tem maior presença na área, um porte físico que dá opção do jogo aéreo. Com Leonardo, o ritmo é maior."
Na entrevista que deu após a estréia, Sampaio disse que a escalação de meias altos, casos de Giovanni e Rivaldo, faz os adversários afrouxarem a marcação sobre ele no cruzamentos altos.
O volante fez o primeiro gol do Brasil contra a Escócia e o primeiro no amistoso contra a Alemanha, em março. O Brasil venceu ambos os jogos por 2 a 1.
Segundo levantamento do Datafolha na partida de estréia da seleção, Giovanni foi muito mais eficiente na defesa do que Leonardo, mas menos no ataque.
Apesar de atuações tão diferentes, os dois receberam a mesma orientação do técnico Mario Zagallo, segundo César Sampaio.
"A função deles era marcar o cabeça-de-área adversário que caísse pelo nosso lado direito."
O atacante Ronaldinho, por seu lado, não quis tomar partido. "Com um ou com outro, a seleção vai crescer, vai haver uma produção maior dos atacantes."
O meia Rivaldo disse não ter preferência: "O Leonardo é mais veloz, mas são dois grandes jogadores que sabem colocar a bola onde querem".
(MD, AGz e MM)

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