São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Quebras ameaçam domínio da McLaren

Time já iguala número atingido pela Williams em 97

RODRIGO FRANÇA
DA REPORTAGEM LOCAL

A F-1 voltou a ter um campeonato equilibrado após o GP do Canadá, disputado no último domingo. Mas este equilíbrio não deve ser atribuido apenas ao talento do piloto alemão Michael Schumacher, da Ferrari.
As quebras das duas McLarens também têm sua parcela de responsabilidade. Afinal, o abandono de David Coulthard e de Mika Hakkinen permitiram que Schumacher, que largou atrás dos dois, em terceiro, vencesse a prova.
Além disso, Hakkinen e Coulthard não pontuaram, fazendo com que o GP do Canadá fosse perfeito para Schumacher, em termos de campeonato: o alemão diminuiu a diferença de 22 pontos para 12 em relação ao líder Hakkinen, além de desbancar Coulthard do segundo lugar do Mundial.
A preocupação da McLaren com a falta de resistência de seus carros é ainda maior porque a equipe já teve dois outros abandonos neste ano: Hakkinen, em San Marino, e Coulthard, em Mônaco.
O número de abandonos por problemas no carro já iguala o índice da campeã do ano passado no Mundial de Pilotos e de Construtores: a Williams.
Com quatro quebras em toda a temporada de 97, o time de Frank Williams teve uma porcentagem de 11,8% de abandonos. O número é calculado da seguinte forma: cada equipe poderia terminar 34 vezes os 17 GPs da temporada, já que cada equipe tem dois carros.
Destas 34 vezes, a Williams não conseguiu concluir quatro (ou seja, 11,8%), por problemas no carro. Este número não inclui acidentes causados pelos pilotos e desclassificações, por exemplo.
Em 98, a equipe McLaren tem um índice de 26,8%, após sete etapas do Mundial. O número também é bastante alto se comparado com o das equipes que venceram o campeonato de pilotos desde 94.
Em 94, Schumacher levou o título com a Benetton, que teve índice de 12,5%. A equipe foi bicampeã no ano seguinte, com o baixo índice de 2,9% (apenas um abandono em 17 provas).
A Williams de 96, equipe do campeão daquele ano, Damon Hill, teve índice de 11,8%.
O drama da McLaren pode ser ainda maior nas próximas etapas do campeonato, já que a maioria será disputada em circuitos de alta velocidade, como Magny-Cours, Silverstone, Hockenheim, Spa-Francochamps e Monza.
Neste tipo de pista, o carro da F-1, que já trabalha no limite de sua resistência, é forçado ainda mais. Fica, portanto, mais suscetível a quebras.
Enquanto a McLaren tem problemas com a resistência de seus carros, a Ferrari não tem motivos para se preocupar. O time italiano abandonou apenas uma vez por problemas no carro, tendo uma porcentagem de 7,2%.
Além disso, Schumacher e Irvine estão entre os três pilotos que mais completaram voltas nos GPs desta temporada, comprovando ainda mais a melhor resistência dos carros da Ferrari.
Na semana passada, enquanto a McLaren testava em Silverstone buscando aprimorar a resistência de seus carros, Schumacher estava mais otimista com relação a suas chances no campeonato.
"A Ferrari melhorou bastante e acho que somos quase tão velozes quanto a McLaren", disse.
Caso Schumacher esteja certo, o campeonato deve ficar mais competitivo. Isso porque o problema da Ferrari é justamente a capacidade da Mclaren de ser veloz - a equipe inglesa fez todas as poles desta temporada.

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