São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Indonésia tem partido chinês

The Wall Street Journal
de Nova York

DO "THE WALL STREET JOURNAL"

Os indonésios de origem chinesa estão se mobilizando politicamente pela primeira vez em mais de 30 anos, numa tentativa de assegurar o respeito aos seus direitos e garantir sua segurança.
A criação do Partido Indonésio Chinês da Reforma é uma reação aos distúrbios do mês passado no país, que tiveram como alvo principal negócios e residências de chineses, diz o "Wall Street".
Muitos chineses que fugiram da Indonésia continuam fora do país, temendo nova instabilidade.
Mas alguns deles esperam que os esforços políticos sejam um primeiro passo para que os expatriados se sintam seguros para retornar, o que pode significar um impulso para a economia.
A formação do partido encerra a proibição para atividades políticas de chineses no país, imposta pelo presidente Sukarno e mantida por seu sucessor, Suharto.
Foi justamente a renúncia de Suharto, no mês passado, que está estimulando a volta dos chineses à atuação política.
O partido planeja concorrer às eleições do ano que vem, conforme promessa feita pelo novo presidente, Jusuf Habibie.
Cerca de 100 mil pessoas de origem chinesa deixaram o país em maio, seguindo para Cingapura, Hong Kong ou Taiwan, diz o jornal norte-americano. O retorno dessas pessoas é essencial para a economia do país. Isso porque os chineses controlam a maior parte do comércio na Indonésia.
Na semana passada, Habibie tentou tranquilizar a comunidade chinesa de seu país. O novo presidente garantiu que indonésios de origem chinesa terão seus direitos respeitados por seu governo.
Samuel Sahabu, presidente de uma rede de companhias têxteis, fugiu em 14 de maio e retornou recentemente à Indonésia.
Segundo Sahabu, se a situação na Indonésia não melhorar em breve, os chineses irão embora de vez do país.

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