São Paulo, domingo, 14 de junho de 1998
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Prejuízo de locadoras de carros é de R$ 10,8 milhões por mês

LUÍS PEREZ
DA REDAÇÃO

As locadoras de veículos de São Paulo estão amargando um prejuízo calculado em R$ 10,8 milhões por mês com o rodízio estadual, segundo afirma a Abla (associação brasileira do setor).
O mercado de locadoras se divide, aproximadamente, como metade franquias e metade negócios próprios, afirma a entidade.
Nesse valor já está computado o aumento no número de locações que o rodízio proporcionou, segundo o presidente da entidade, José Zuquim Militerno, 45.
"O incremento, que foi de no máximo 15% com o rodízio, não compensa o prejuízo." O cálculo das perdas foi feito a partir do período médio de cada locação, que é de três dias.
Se o cliente aluga um carro na segunda-feira para devolver na quarta, a locadora não pode fornecer carros com finais 1 e 2 (proibidos na segunda), 3 e 4 (proibidos na terça) nem 5 e 6 (proibidos na quarta). E assim por diante.
Mesmo assim, Militerno diz acreditar que ainda é um bom negócio. "É um setor emergente. Há potencial para 20 milhões de usuários e ainda temos só 4 milhões."
Investimento
Entre as empresas que são franquia, estão Avis, Hertz, Interlocadora, Localiza, Unidas e Yes. O negócio exige investimento mínimo de R$ 15 mil a R$ 100 mil.
"Para começar, é preciso ter uma frota de, no mínimo, 15 carros", avalia Fabio Paiva Guimarães, 48, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e gerente-geral da Interlocadora.
Para ele, um negócio próprio sai mais barato em princípio. Mas, por ter estrutura menor, pode ter problemas se a demanda crescer.
"Nossa orientação é deixar a frota parada. Não podemos contrariar uma determinação legal", afirma Militerno, que pretende entrar com um pedido de liminar na Justiça para conseguir autorização para circular.
"Queremos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente isonomia em relação aos motoristas de táxi", diz o presidente da Abla. "A gente gostaria de resolver a situação na base do diálogo."
Segundo ele, já houve, no ano passado, um pedido de liminar, que foi negado. "Nenhuma empresa fechou ainda, mas algumas passam por sérias dificuldades."
Cetesb
Sergio Pascoal Pereira, 40, subcoordenador da Operação Rodízio, afirma que não existe possibilidade de liberar a circulação de carros de locadoras.
"Não se trata de uma exceção, segundo prevê a própria legislação", diz Pereira, assistente-executivo da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), órgão ligado à secretaria.

Informações - ABF: (011) 573-9496; Abla: (011) 820-8236.

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