São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

As idéias de Nizan

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Para o publicitário de FHC, Nizan Guanaes, o maior desafio de seu cliente é "mostrar a verdade" ao eleitorado.
Segundo Nizan, a verdade consiste em apresentar à população os indicadores positivos do Brasil. Os que melhoraram durante o tucanato, é claro.
Além disso, Nizan e Rui Rodrigues, diretor da DM9 que também trabalhará na campanha de FHC, enxergam uma necessidade de carimbar obras hoje flutuando quase anônimas pelo país.
Ações como o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda) e Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) são muito cifradas para a população. "O que é Proger? O que é Pronaf?", pergunta Nizan.
Para o publicitário, em vez de Pronaf, poderia ser dito "roça para o povo" ou algo parecido. Assim como o Brasil em Ação, conjunto de 42 obras priorizadas pelo governo FHC, no entender de Nizan, seria mais bem entendido com um nome do tipo "obras para o povo".
Outra preocupação é fixar no imaginário popular a participação do governo federal em ações dos Estados e municípios. "Muita coisa aí é feita também com dinheiro federal, mas o governador e o prefeito vendem como se fossem realizações apenas suas", diz o publicitário.
Por exemplo, a bolsa-escola para crianças de famílias carentes fornecida pelo governo petista de Brasília. "Tem dinheiro federal aí. É importante as pessoas saberem. O governo apóia essas iniciativas, e o presidente considera a municipalização uma das saídas para o país ser cada vez mais bem governado."
Quer dizer, então, que "municipalização" será uma palavra-chave na campanha de FHC? Nizan responde, brincando: "Nem pensar. A campanha será em português, para as pessoas entenderem. E não em francês, como muito do realizado até agora".
Se vai dar certo, ninguém sabe. É uma incógnita se haverá tempo para o eleitor entender tudo. Mas é evidente que vem aí uma grande reação publicitária de FHC quando a campanha eleitoral começar de fato.

Texto Anterior: O sexo das urnas
Próximo Texto: Entre a ciência e o futebol
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.