São Paulo, domingo, 21 de junho de 1998
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Japão perde 2ª e fica longe das oitavas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Japão perdeu ontem para a Croácia por 1 a 0 e está virtualmente eliminado da Copa da França. O jogo, válido pela segunda rodada do Grupo H, foi realizado em Nantes.
Essa foi a segunda derrota dos japoneses, que precisam de uma combinação improvável de resultados para conquistar uma vaga nas oitavas. Na estréia, o Japão perdeu para a Argentina, por 1 a 0.
Para se classificar, os japoneses precisam vencer a Jamaica por uma boa diferença de gols e torcer para os argentinos serem derrotados pelos "Reggae Boys", hoje, e pela Croácia, no dia 26.
Já a Croácia garante uma vaga com um empate hoje entre argentinos e jamaicanos.
Com provável eliminação dos japoneses, a Ásia deve perder seu segundo representante na Copa da França. A Arábia Saudita, que ontem demitiu o técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira, já está fora do Mundial-98.
Sem pontos
As seleções asiáticas continuam sem marcar pontos na Copa da França. Foram seis jogos e seis derrotas. O Irã, que joga hoje contra os Estados Unidos, e a Coréia do Sul, que até o fechamento da edição não havia enfrentado a Holanda, são as outras equipes que representam o continente que será palco da Copa do Mundo de 2002.
Davor Suker, o autor do gol da vitória dos croatas, foi o principal jogador da partida. Ele finalizou 11 vezes (um recorde no Mundial-98), sendo responsável por 55% das finalizações do time.
O Japão, por sua vez, continua ineficiente na finalização ao gol. Chutou corretamente três vezes, tendo índice de acerto de apenas 22% das finalizações. Na estréia, havia acertado um chute.
Correria
Mostrando um condicionamento físico superior ao dos croatas, os japoneses usaram a velocidade para tentar marcar seu primeiro gol em Mundiais, mas o ataque nipônico não conseguiu vencer o goleiro Ladic, da Croácia.
No primeiro tempo, não houve muitos lances de perigo. O atacante Suker, da Croácia, era o jogador mais perigoso do time europeu.
A Croácia teve a primeira chance aos 7min, com uma cabeçada de Suker, de fora da área. A bola passou à esquerda de Kamaguchi.
Cinco minutos depois, novamente Suker levou perigo ao gol japonês. Em uma cobrança de falta, o artilheiro do Real Madrid chutou a bola rente à trave esquerda do Japão.
A Croácia visivelmente sentia a falta de Boban, que, machucado, não pôde jogar. Boban, junto com Prosinecki, é o responsável pela armação das jogadas de ataque croatas. Prosinecki teve uma atuação apagada no jogo.
O primeiro lance de perigo japonês ocorreu aos 13min. Em um contra-ataque, Soma recebeu livre pela esquerda e, de dentro da área, chutou cruzado. A bola passou à esquerda do goleiro Ladic.
A maior chance de gol do primeiro tempo ocorreu aos 33min. Nakayama, do Japão, mais uma vez na velocidade, recebeu na entrada da área e, cara-a-cara com o goleiro, desperdiçou, chutando em cima de Ladic.
No segundo tempo, a superioridade física do Japão ficou ainda mais flagrante. Com 34°C de temperatura, os europeus tocavam a bola e tentaram parar a correria japonesa.
Nos primeiros 15 minutos da etapa final, o Japão teve três chances de abrir o marcador, com cabeçadas de Jo e Nakayama e com uma bicicleta de Jo.
Depois dos 15min, porém, a Croácia equilibrou a partida.
O atacante Davor Suker quase marcou aos 21min, de cabeça, aos 25min, de falta, e aos 26min, depois de encobrir o goleiro e acertar o travessão.
Aos 32min, finalmente o atacante do Real Madrid conseguiu abrir o marcador. Suker recebeu cruzamento da esquerda, dominou dentro da área e bateu, sem chance de defesa para Kawaguchi.
A partir do gol, a Croácia tocou a bola e se defendeu para garantir sua segunda vitória no Mundial.
O técnico japonês, Takeshi Okada, colocou, aos 38min, o atacante brasileiro Wagner Lopes para tentar igualar o placar. O brasileiro até que esteve bem e, em seu primeiro lance, quase fez de cabeça. Mas os europeus conseguiram segurar o ineficiente ataque japonês e garantiram o resultado.
Agora, resta aos japoneses rezar muito para o milagre da classificação. Se não se classificarem, voltarão a disputar uma partida de Mundial daqui a quatro anos, quando serão sede da Copa-2002.

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