São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998
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Comentaristas de TV da França se dizem indignados com pênalti

MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A MONTPELLIER

Os comentaristas da televisão francesa, em geral pródigos nos elogios aos jogadores brasileiros, estiveram ontem mais contidos na transmissão da partida entre Brasil e Noruega.
Mas não esconderam a indignação com o pênalti que levou o Brasil à derrota, marcado perto do final da partida.
"O pênalti é tão injusto! O árbitro norte-americano certamente errou", afirmou o narrador da TV paga Canal +, quando a Noruega marcou seu segundo gol e virou o placar do jogo.
"Foi uma punhalada, um choque para o Brasil", retrucou outro comentarista da mesma emissora de televisão.
"É o erro, a dimensão humana...", voltou o primeiro, julgando-se um Voltaire do comentário esportivo.
Só então, os dois se deram conta que a seleção de Marrocos, que vencia a Escócia e poderia ficar com a segunda vaga do Grupo A se a Noruega empatasse, era ainda mais prejudicada que a do Brasil.
O narrador de uma outra estação, a France 2, mais cauteloso, chamou de "penalidade generosa dada pelo árbitro".
Charles Biétry, do Canal +, saiu-se, então, com um comentário comum nesse tipo de transmissão televisiva.
"É incrível o futebol. Inacreditável. Que história!"
Ou, no dizer de uma das charges que o Canal +, como de costume, apresentou durante o jogo: "Não há peça de teatro que valha isso".
No país do futebol e da frase "Vá ao teatro, mas não me convide", essa charge seria impensável. Mas, na terra de Moliére, também se ouvem aqueles comentários célebres de alguns profissionais da televisão brasileira.
"O verde e amarelo e o azul e vermelho se misturam no estádio numa comunhão total. Isso é o futebol!", entusiasmava-se, logo no início da transmissão, Pierre Sled, da France 2.

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