São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998 |
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Região italiana com maioria de 'austríacos' tem torcida dividida
HUMBERTO SACCOMANDI
Na região autônoma do Alto Adige (norte da Itália), a maioria da população é de ascendência austríaca, e o alemão é mais falado que o italiano. A região, que fica na fronteira com a Áustria, depois de idas e vindas durante séculos ficou definitivamente com a Itália após a Segunda Guerra Mundial. Mas 53 anos de domínio italiano não bastaram para que o Alto Adige se italianizasse. Os habitantes continuam chamando a região de Süd Tirol (sul do Tirol), a antiga denominação austríaca. Quase todas as cidades mantém o antigo nome em alemão, junto com o nome italiano. Bolzano, por exemplo, continua sendo Bozen para a maioria de seus habitantes. Há até mesmo um partido político específico para essa maioria austríaca. Com estatuto especial, benefícios do Estado para a manutenção da língua alemã e da cultura tradicional, a região foi destaque na cobertura da partida de ontem entre Áustria e Itália. Destaque na mídia dos dois países. Os italianos procuravam compatriotas que torceriam pelo adversário. Os austríacos, os estrangeiros que ainda mantinham a ligação afetiva com o país de origem. "Será uma torcida esquizofrênica", nas palavras do cotidiano romano "La Repubblica". E foi. A vitória italiana acabou não sendo uma surpresa. No futebol, a Áustria nunca passou da primeira fase numa Copa do Mundo e não derrota a Itália desde 1960. Com a partida de ontem, as duas equipes já se enfrentaram quatro vezes em Copas do Mundo, com quatro vitórias italianas. Após o jogo, porém, as rivalidades históricas foram deixadas de lado. Italianos e austríacos se confraternizaram à saída do estádio e pela cidade de Paris sem causar incidentes. (HuSa) Texto Anterior: Equipe bate recorde de gols e enfrenta suspense Próximo Texto: Bergomi, novo titular, quer o Brasil na final Índice |
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