São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 1998 |
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De olho no comércio, Clinton corteja sócio
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Para um presidente que, depois de seis anos e meio no poder, ainda não tem uma só realização que possa chamar de grande e sua, esta viagem à China é muito ambiciosa. Bill Clinton acha que o mais importante parceiro comercial de seu país no século 21 será a China e quer receber o crédito por ter sido o líder que reconheceu esse fato e tornou o mercado chinês acessível aos produtos norte-americanos. Por enquanto, essa pretensão parece tão frustrada quanto outros planos que Clinton teve para colocar sua Presidência na história. A China está alcançando o Japão como o país com maior saldo na balança comercial com os EUA. E metade dos norte-americanos, segundo pesquisa do jornal "The New York Times", não acha que o comércio com a China seja bom para os EUA. Na falta de opção melhor, Clinton investe pesado nesta. A viagem que começa hoje é encarada pela Casa Branca como um esforço de relações públicas para mostrar ao norte-americano médio que a China está mudando na direção de uma economia de mercado moderna, e os chineses são pessoas com quem os EUA podem negociar mais. "O mais importante resultado dessa viagem será apresentar a China aos EUA", disse ontem Charlene Barshefsky, a encarregada de comércio exterior no governo norte-americano. Mas a oposição não deixará de notar que as imagens de TV recebidas nos EUA da visita de Clinton à China serão transmitidas pelos satélites da empresa Loreal, colocados em órbita por foguetes chineses graças à autorização do presidente posta sob suspeita porque diretores da Loreal fizeram doações para suas campanhas eleitorais. No mínimo, porém, as imagens de Bill, Hillary e Chelsea Clinton nas exóticas paisagens chinesas serão bonitas e ajudarão a mostrá-los como uma "família feliz". (CELS) Texto Anterior: Clinton desafia protestos e viaja à China Próximo Texto: Jiang tenta projetar China "moderna" Índice |
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