São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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Quatro palavras

RODRIGO BUENO

Pegando o retrospecto de confrontos entre os times que disputam, de ontem até terça-feira, as oitavas-de-final da Copa, resumi em quatro palavras os quatro dias dessa fase: barbada, incógnita, equilíbrio e tradição.
Ontem (esta coluna foi escrita na sexta), Brasil e Itália tinham compromissos com "fregueses."
Os brasileiros já disputaram 66 jogos contra os chilenos. Em 60 desses, não saíram derrotados. Com 45 vitórias, construíram ao uma supremacia enorme sobre o rival, que fica clara no único confronto em Copas -vitória do Brasil no campo do rival em 62.
Os italianos enfrentaram os noruegueses em 10 oportunidades e venceram 60% desses confrontos.
Na Copa-94, a Noruega teve a chance de eliminar a Itália quando, com um jogador a mais, conseguiu perder para a "Azzurra".
Esse retrospecto favorável de Brasil e Itália me faz crer que os dois países estão comemorando a ida às quartas-de-final. Barbada.
Dos confrontos de hoje, pouco se sabe, porque pouco existiram.
Nigéria e Dinamarca nunca se enfrentaram. Se o time africano é um fenômeno recente, a equipe dinamarquesa atravessou o século limitando suas apresentações quase que só à Europa.
O estilo aberto de jogo dos times e a inconstância de alguns atletas dão um tom ainda maior de imprevisibilidade à partida.
Entre França e Paraguai, apenas uma partida a lembrar: 7 a 3 para os franceses na Copa de 58. Mas já se passaram 40 anos.
Se os europeus têm a vantagem de jogar em casa e contar com o melhor ataque da primeira fase, o Paraguai possui defesa das mais sólidas e pegará o rival desfalcado de Zidane. Incógnita.
Holanda e Iugoslávia têm futebol parecido. Técnico, vistoso, e ofensivo. São historicamente comparadas com sul-americanos.
Nos jogos entre as seleções, três vitórias holandesas e duas iugoslavas. Devido à característica das seleções, poucos confrontos oferecem tantas opções como esse.
No duelo entre Alemanha e México, a tradição pesa muito mais para o primeiro, mas o retrospecto do confronto é parelho.
Em oito partidas, foram cinco empates, duas vitórias alemãs e uma mexicana. A marca da igualdade tem como exemplo o último jogo em Copas: empate em 1 a 1 em 86. Equilíbrio.
Na terça-feira, o melhor jogo das oitavas: Argentina x Inglaterra. Campeãs mundiais, que, só pelo passado, garantem o show.
O fato de estarem com grandes times valoriza ainda mais o confronto, que aponta na história quatro vitórias inglesas, três argentinas e quatro empates.
Romênia x Croácia pode parecer um mísero aperitivo diante disso, mas o jogo também tem história. Os romenos "batizaram" os croatas quando, em 90, foram os primeiros adversários dos dissidentes da Iugoslávia.
A Romênia já fora uma das seis equipes que enfrentaram a Croácia na 2ª Guerra, quando os croatas estavam "livres". Tradição.

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