São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998 |
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Mostra apresenta Brasil "moderno"
PAULO SANTOS LIMA
Além da Sala Cinemateca -que hoje exibe "O Que É Isso, Companheiro" e "Lamarca"-, o Centro Cultural São Paulo inicia hoje o ciclo "Retratos - Cinema Brasileiro Contemporâneo", mostrando algumas produções recentes. "Boleiros" (1998) faz dobradinha e está presente no Espaço Unibanco e em "Retratos". O filme de Ugo Giorgetti é organizado em seis episódios que tratam do futebol como extensão do cotidiano. "Os Matadores" (1997) é o filme-revelação de Beto Brant, expoente da nova geração de cineastas. Segue ritmo e temática hollywoodianos, mas consegue refletir um Brasil extrametrópole. Dois pistoleiros de aluguel -um, inexperiente e arrivista (Murilo Benício), e o outro, ético e veterano- esperam um terceiro na fronteira Brasil-Paraguai. Há uma trama que vai sendo desfiada no vaivém do roteiro, que tem sua temporalidade fragmentada. Walter Lima Jr. fez um trabalho polêmico. Elogiado por alguns, que viam na ótima fotografia sua maior virtude, criticado por outros, reclamantes de um roteiro mais consistente, balizado em personagens complexos, "A Ostra e o Vento" (1997) foi baseado em romance de Moacir C. Lopes. É a história de uma menina (Leandra Leal) que vive com o pai (Lima Duarte) faroleiro numa ilha deserta. Possessivo, ele impede a convivência da filha com um velho (Fernando Torres) que instiga sua curiosidade e se sintoniza com a fase de descoberta que caracteriza a adolescência. "Baile Perfumado" (1997), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, é a maior revolução no tema do cangaço após "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha. Os dois diretores contam a história de Benjamin Abrahão, o homem que filmou Lampião, e mostram a floresta como ambiente e a modernidade em choque com o arcaico. A unidade estilística do filme, coalhado de travellings e panorâmicas, deve favores ao mangue-beat de Chico Science. Mostra: Retratos - Cinema Brasileiro Contemporâneo Quando: de hoje até domingo (ver quadro ao lado) Onde: Centro Cultural São Paulo - Sala Lima Barreto (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 277-3611) Quanto: entrada franca Texto Anterior: Tese acompanha nova temporada no Paço Próximo Texto: XPTO expõe no Centro Cultural Fiesp sua multiplicidade teatral Índice |
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