São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Ministério afasta mais 23 policiais federais

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça encaminhou ontem o pedido de afastamento de mais 23 policiais federais. As superintendências regionais formalizarão a retirada de funções dos citados, segundo o ministério.
A decisão foi tomada com base na MP (medida provisória) editada pelo governo no último dia 30 para "sanear" o órgão. A nova lista inclui a delegada Suely Gorish, ex-superintendente da Polícia Federal em Roraima.
O ministro Renan Calheiros irá exonerar os superintendentes licenciados do Rio e do Amazonas, Jairo Kullmann e Mauro Spósito. Eles pediram licença dos cargos para responder a processo sobre desvio recursos de convênio firmado com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A nova relação do ministério aumenta de 28 para 51 o total de policiais atingidos pelas medidas adotadas pelo ministro, com apoio do Planalto, para "desinfetar a PF". Na quarta-feira, o ministro havia afastado 24 policiais. Há mais três novos processos instaurados e um aposentado foi enquadrado na MP.
As medidas rebatem críticas feitas pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que em junho defendeu a "limpeza" na PF. No último dia 3, Brindeiro entregou ao ministro dossiê com 147 casos de policiais federais acusados em processos judiciais ou disciplinares.
O diretor-geral da PF, Vicente Chelotti, determinou ontem mesmo a transferência da delegada Suely Gorish. Após passar dois anos em Roraima, ela foi convidada para trabalhar na sede do órgão em Brasília, onde desempenhava atividades burocráticas na Coordenadoria Central Policial.
Chelotti transferiu a delegada para a superintendência da PF no Distrito Federal, onde ela será afastada das funções policiais enquanto durar o processo disciplinar. Gorish foi convidada para o cargo de superintendente pelo próprio Chelotti. Ela é acusada de desvio de verbas públicas. Ela não foi localizada ontem.
O ministro Calheiros disse que não está ainda definida a exoneração dos superintendentes licenciados. Mas afirmou que será difícil manter substitutos no cargo sem definição do tempo que irá durar a licença.
"Se houver dúvidas em relação ao enquadramento jurídico das licenças, os superintendentes serão exonerados. É difícil deixar substitutos em cargos tão importantes", disse ele.
Sobre a nova lista de afastados, o ministro disse que os novos nomes são acusados de cometer infrações enquadráveis na MP.
A PF também enquadrou o delegado Mário Barros Monteiro Bastos (aposentado). Ele não poderá ser afastado, mas corre o risco de ter sua aposentadoria revista, no caso de ser condenado no processo disciplinar.

Os 23 novos policiais afastados são: Adimilton Gomes da Silva, Augusto César Santos Almeida, Ângelo Roncalli B. da Costa, Geraldo Cordeiro Lopes, Daniel Pedro de Barros, Mário Mutsu Hito e S. Leitão, Augusto Régis e Silva, Clautenis Pereira do Carmo, Paulo César Barbosa da Rocha, Nélson José Joaquim Júnior, Jorge de Campos Rolino, Heródoto Dorta do Amaral, Roberto Rodrigues dos Santos, Luiz Amado Machado, Élcio Antônio Garcia, Antônio Carlos dos Santos, Carlos Alberto Caldas, Antônio Vieira Rufino, José Machado Campbell, Alexandre Condak de Assis, Valdelir Dias Pinna e Amauri Mendes de Souza e Suely Gorish

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