São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Passarinho que come pedra...

MARCELO CHERTO

Estive com o presidente de uma das maiores empresas franqueadoras do país. Um cara que já foi capa de revista e volta e meia aparece em reportagens sobre franchising. Ou seja: um cara que ninguém que trabalhe com franchising pode deixar de saber quem é, mesmo que nunca o tenha encontrado pessoalmente.
Seria como um estagiário de agência de propaganda que nunca tivesse ouvido falar em Nizan Guanaes, em Washington Olivetto, em Helcio Emerich ou em Alex Periscinotto, um construtor que não conhecesse o dr. Julio Capobianco, ou um cardiologista que desconhecesse o nome de Euryclides Zerbini.
Esse franqueador tem, na família, uma pessoa interessada em adquirir uma franquia de uma determinada marca de roupas. Qual, não vem ao caso. E essa pessoa pediu ao nosso amigo que a ajudasse a obter informações sobre a tal franquia. Vai daí que ele conseguiu o telefone e o nome da pessoa responsável pela concessão das franquias. Ligou e levou um susto.
Ao ser atendido, nosso amigo disse seu nome completo, explicou a situação e pediu as informações básicas. Inicialmente, não citou o nome de sua empresa. Nem era o caso. A tal pessoa responsável pela venda das franquias respondeu secamente, dizendo: "Se quiser informações, o senhor deve solicitá-las por escrito, e nós as enviaremos também por escrito".
Ele então disse em que empresa trabalha, embora não tenha dito que era o respectivo dono e presidente. Mas explicou que essa empresa tem algumas centenas de franquias em operação. E que, portanto, ele conhecia bem como funciona esse negócio de franchising, pelo que lhe bastavam, no momento, algumas informações bem básicas, como o interesse, ou não, da franqueadora em uma determinada praça, valor da taxa inicial, royalties, perfil ideal de franqueado e outras coisas do gênero. Novamente, a pessoa que se dizia responsável pela área de franquias foi seca e disse que, informações, só quando pedidas por escrito.
É claro que cada um sabe de si e cada um toca seus negócios como acha melhor. Portanto, até aí tudo bem...
Não fosse essa tal franqueadora de vestuário uma das empresas cujos donos vivem se queixando de que o mercado está ruim, que está difícil vender franquias, que "o franchising no Brasil já era", e coisa e tal. Sai dessa, José!

Internet: www.cherto.com.br
E-mail: info@cherto.com.br

Texto Anterior: A desnacionalização da economia
Próximo Texto: Klabin está preparada para enfrentar guerra de titãs
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.