DA REDAÇÃO

A italiana Ilaria Drago, 34, não tem propriamente o "physique du rôle" para o papel da padroeira da França Joana d'Arc (1412-1431). Magra, de aspecto frágil, Drago, que estréia hoje "Joana d'Arc - Notas de Viagem", não se encaixa na representação da heroína armada e masculinizada.
A simples imitação da biografia tampouco interessa a Drago. "Contextualizo sua história, mas não quero refazê-la. Busco a viagem humana, que interessaria ao nosso momento histórico."
Trazida pelo Instituto Italiano de Cultura de SP -que na semana que vem promove a reestréia de "A Poltrona Escura", de Pirandello, com Cacá Carvalho-, a Joana de Drago é uma metáfora da luta por transformação interior. No caso de Joana, de analfabeta a líder, de bruxa a santa.
Para a atriz, o fato de a peça ser apresentada em italiano não é exatamente uma barreira. "Uso uma linguagem um pouco fora da lógica, ligada à música. A palavra se contamina com a música e se sustenta sozinha, criando uma emoção. Veremos o que vai acontecer", brinca.
A peça pode ser considerada um "monólogo a dois", já que Drago se apresenta com a percussionista Danila Massimi, interpretando a trilha de Stefano Scatoza.