São Paulo, Quinta-feira, 03 de Junho de 1999
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Para atriz, a "química funcionou com Sean"

Divulgação
A atriz galesa Catherine Zeta-Jones, protagonista de "Armadilha"


IVAN FINOTTI
enviado especial ao Rio

Catherine Zeta-Jones é linda, mas é bem-humorada. É inteligente, mas em compensação é muito simpática. Com tantos "defeitos", só faltava a essa atriz galesa saber um pouco sobre "nossa cultura".
E não é que ela sabia? "Quando eu era uma garotinha, fiz um trabalho de geografia e escolhi o Brasil. Só para que eu tivesse a chance de falar sobre Pelé e para ter índios nus da Amazônia colados nos meus cadernos. E acho que foi o melhor trabalho da classe".
Galesa de 29 anos, Catherine Zeta-Jones ("A Máscara do Zorro", 98) veio ao Brasil divulgar "Armadilha", filme de ação com Sean Connery sobre um casal de ladrões que resolvem atacar no dia do chamado bug do milênio.
O filme estréia hoje, em 180 salas no país. Abaixo, os melhores momentos da entrevista coletiva que concedeu a jornalistas brasileiros, mexicanos e chilenos na sexta passada, no Rio de Janeiro.

Pergunta - Além da trama de espionagem, "Armadilha" se baseia muito na sedução que o seu personagem exerce sobre o de Sean Connery. Por que nessa sedução não há sexo?
Catherine Zeta-Jones -
Sou uma grande defensora da sensualidade e da sedução sem sexo gratuito. Assim como gosto de suspense, perigo sem violência gratuito. Tinha algo que quisemos manter: fazer um filme contemporâneo com um clima antigo. Eu não tenho problema com nudez em filmes. Acho que, na verdade, pode ser muito bonito. Mas tem que ter sua razão. E eu não acho que a relação teria funcionado se eu e Sean Connery ficássemos nus.
Pergunta - Mas você fez algum tipo de exigência sobre isso?
Zeta-Jones -
Há diversas atrizes que são sensuais na tela sem precisar estar nuas. Michele Pfeiffer me vem à cabeça agora. Mas eu já fiquei nua antes, na televisão, e no teatro também. E não tenho um problema com isso.
Pergunta - E a diferença de idade entre você e Sean Connery?
Zeta-Jones -
O filme foi escrito para ser assim. Sobre duas pessoas de diferentes idades colocados juntos. É tão engraçado porque nos Estados Unidos, nós tivemos que defender isso mais que em qualquer outro lugar do mundo. Em qualquer outro lugar, foi tipo "sem problemas".
Pergunta - Houve algum envolvimento real entre vocês?
Zeta-Jones -
Gostaria que a mulher de Sean estivesse aqui também (risos). Acho muito difícil colocar atores que não se conhecem na tela e a química dar certo. No nosso caso deu logo de início. E se eu tivesse nascido há 40 anos, eu teria ido atrás dele (risos).
Pergunta - No filme, você passa o réveillon do ano 2000 roubando um banco na Malásia. Onde você vai passar esse réveillon?
Zeta-Jones -
Só espero que esse réveillon não desaponte todo mundo. Eu quero ficar com a família. Parece que há 99 anos se espera essa festa. O que vai acontecer? Vocês, brasileiros, tem duas festas: a do milênio e a do descobrimento. Acho que vou pegar um quarto e vir pro Rio, essa cidade-festa.
Pergunta - O que você sabe sobre a cultura brasileira?
Zeta-Jones -
Bem. Vou te dizer que quando eu era uma garotinha na escola, eu tive que fazer um trabalho de geografia e eu escolhi Brasil. Só para que eu tivesse a chance de falar sobre Pelé e para ter índios nus da Amazônia colados nos meus cadernos. E acho que foi o melhor trabalho da classe. Então, sei um pouquinho mais do que sobre outros países.
Pergunta - Você assistiu "Central do Brasil"?
Zeta-Jones -
Oh, sim (empolgada). Acho que ela (Fernanda Montenegro) é uma das melhores. Ela é incrível. E o garotinho? Quero adotá-lo (risos).


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