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Cisne Negro dança com direção de Galili
especial para a Folha
O grupo Cisne Negro, de São
Paulo, acaba de conquistar mais
uma vitória: introduzir em seu repertório uma coreografia de um
dos destaques da nova dança européia, o coreógrafo israelense Itzik
Galili, que desde 92 vive na Holanda.
"Fruto da Terra", que Galili acaba de remontar para o Cisne Negro, está sendo apresentada no
Teatro Alfa Real até segunda-feira,
num programa que ainda inclui
"Bailantas", de Ana Mondini, e
"Além da Pele", de Patrick Delcroix.
Produzida originalmente para o
grupo dirigido por Galili, "Fruto
da Terra" tem música de Mercedez
Sosa.
"É uma obra sobre trabalhadores, sobre o povo que vive no campo. Para mim, há um certo tipo de
folclore nessa coreografia concentrada no "canon", técnica que consiste no desdobramento contínuo
de movimentos básicos, que servem de fio condutor", disse Galili.
Dançada por sete bailarinos,
"Fruto da Terra" está sendo interpretada por dois elencos na atual
temporada. Um grupo só de mulheres e outro somente de homens
se revezam a cada noite.
Cenograficamente, "Fruto da
Terra" promete surpreender, segundo Hulda Bittencourt, diretora
do Cisne Negro. Fugindo à regra, é
do piso que brotam os efeitos visuais.
Concebidas pelo artista plástico
holandês Ascon de Nijs, imagens
abstratas, com predomínio das cores verde e azul, foram pintadas em
uma tela que reveste o chão do palco e cujas nuances se refletem no
ambiente graças à iluminação,
criada pelo próprio Galili.
"É uma obra baseada na poesia e
na simplicidade", diz o coreógrafo,
que tem trabalhado com algumas
das mais importantes companhias
da atualidade, entre outras a Batsheva Dance Company de Israel, a
Nederlands Dans Theatre 2 e a Scapino Rotterdam, ambas da Holanda, a Gulbenkian de Portugal e o
Ballet du Grand Théâtre de Géneve
da Suíça.
Com elenco cada vez mais afinado e um repertório aberto para diferentes criadores contemporâneos, sejam brasileiros ou estrangeiros, o grupo Cisne Negro retoma seu status entre as melhores
companhias do Brasil.
Trabalhando há 22 anos sem patrocínio fixo, esse grupo paulistano adotou a saudável filosofia do
intercâmbio. Sem coreógrafo residente, costuma acertar na escolha
de seus criadores convidados, que
vêm garantindo um repertório vivo e dinâmico.
(AFP)
Espetáculo: Grupo Cisne Negro
Quando: hoje e segunda, às 21h; amanhã,
às 17h
Onde: Teatro Alfa Real (r. Bento de Andrade
Filho, 722; tel. 5693-4000)
Quanto: R$ 25 a R$ 40 (descontos de 50%
para estudantes, idosos e aposentados)
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