São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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Cisne Negro dança com direção de Galili

especial para a Folha

O grupo Cisne Negro, de São Paulo, acaba de conquistar mais uma vitória: introduzir em seu repertório uma coreografia de um dos destaques da nova dança européia, o coreógrafo israelense Itzik Galili, que desde 92 vive na Holanda.
"Fruto da Terra", que Galili acaba de remontar para o Cisne Negro, está sendo apresentada no Teatro Alfa Real até segunda-feira, num programa que ainda inclui "Bailantas", de Ana Mondini, e "Além da Pele", de Patrick Delcroix.
Produzida originalmente para o grupo dirigido por Galili, "Fruto da Terra" tem música de Mercedez Sosa.
"É uma obra sobre trabalhadores, sobre o povo que vive no campo. Para mim, há um certo tipo de folclore nessa coreografia concentrada no "canon", técnica que consiste no desdobramento contínuo de movimentos básicos, que servem de fio condutor", disse Galili.
Dançada por sete bailarinos, "Fruto da Terra" está sendo interpretada por dois elencos na atual temporada. Um grupo só de mulheres e outro somente de homens se revezam a cada noite.
Cenograficamente, "Fruto da Terra" promete surpreender, segundo Hulda Bittencourt, diretora do Cisne Negro. Fugindo à regra, é do piso que brotam os efeitos visuais.
Concebidas pelo artista plástico holandês Ascon de Nijs, imagens abstratas, com predomínio das cores verde e azul, foram pintadas em uma tela que reveste o chão do palco e cujas nuances se refletem no ambiente graças à iluminação, criada pelo próprio Galili.
"É uma obra baseada na poesia e na simplicidade", diz o coreógrafo, que tem trabalhado com algumas das mais importantes companhias da atualidade, entre outras a Batsheva Dance Company de Israel, a Nederlands Dans Theatre 2 e a Scapino Rotterdam, ambas da Holanda, a Gulbenkian de Portugal e o Ballet du Grand Théâtre de Géneve da Suíça.
Com elenco cada vez mais afinado e um repertório aberto para diferentes criadores contemporâneos, sejam brasileiros ou estrangeiros, o grupo Cisne Negro retoma seu status entre as melhores companhias do Brasil.
Trabalhando há 22 anos sem patrocínio fixo, esse grupo paulistano adotou a saudável filosofia do intercâmbio. Sem coreógrafo residente, costuma acertar na escolha de seus criadores convidados, que vêm garantindo um repertório vivo e dinâmico. (AFP)
Espetáculo: Grupo Cisne Negro Quando: hoje e segunda, às 21h; amanhã, às 17h Onde: Teatro Alfa Real (r. Bento de Andrade Filho, 722; tel. 5693-4000) Quanto: R$ 25 a R$ 40 (descontos de 50% para estudantes, idosos e aposentados)


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