São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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Museu tem imagens e armas da época
Exposição relembra a Revolução de 32

ANA MARIA GUARIGLIA
free-lance para a Folha

O Museu Banespa está apresentando a exposição "O Povo e a Indústria Paulista na Revolução de 32", relembrando o 67º aniversário do movimento paulista.
Além das fotos de época, estão em exibição objetos pertencentes ao Museu Paulista, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Arquivo do Estado e Sociedade dos Veteranos de 32.
Nos cenários montados, há uniformes, armas, medalhas, binóculos, bombas, publicações, cartazes e depoimentos em vídeo dos veteranos do movimento.
Em 1932, Vargas ocupava a liderança do país, mas vários episódios contribuíram para ampliar o descontentamento contra seu governo. A morte, em 23 de maio daquele ano, de quatro estudantes, Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Américo Camargo de Andrade, assassinados no centro de São Paulo, foi um deles.
As iniciais de seus sobrenomes -MMDC- transformaram-se no símbolo da revolução, impelindo intelectuais, trabalhadores e senhoras da sociedade para uma intensa campanha e luta.
A imprensa paulista também se mobilizou para defender a causa e o rádio colaborou para orientar e estimular os revoltosos, tendo à frente o radialista César Ladeira. Com seu entusiasmo, tornou-se locutor oficial da revolução.
As cidades do Vale do Paraíba, como Queluz, Lorena, Taubaté, Cunha, Silveira e Cruzeiro viraram pontos estratégicos para o estabelecimento das trincheiras.
Embora as tropas federais fossem numerosas e bem armadas, o contingente paulista lutou ferozmente. Mais de 35 mil homens enfrentaram o exército de 100 mil soldados, esperando a adesão de outros Estados, que não aconteceu. Após quase três meses de luta, no dia 29 de setembro, Bertoldo Klinger, um dos líderes revolucionários, anunciou a cessação das hostilidades.
A Revolução de 32 é considerada o maior confronto militar no país neste século- deixou o saldo de mais de 850 mortos. Embora o movimento tenha sido vencido militarmente, seus objetivos acabaram sendo alcançados. Em maio de 33, houve eleições para a formação do novo Congresso. Em 34, foi promulgada a constituinte.
Vargas foi eleito presidente da República e, em seu governo, estabelecido o voto secreto e o direito de voto às mulheres. Também foram promulgadas as leis trabalhistas, que consagraram o direito dos trabalhadores.


Exposição: O Povo e a Indústria Paulista na Revolução de 32 Quando: ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h; até 21 de agosto Onde: Museu Banespa (av. Paulista, 2.064, Centro, tel. 285-4302)Quanto: entrada franca

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