free-lance para a Folha

O ator e dramaturgo italiano Dario Fo foi o ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 97. A estréia de sua nova peça, "Lu Santo Jullare Francesco", uma biografia de São Francisco de Assis, estava marcada para a noite de quinta-feira, no 62º Festival de Spoleto, na Itália.
Em seus textos, Fo faz críticas à sociedade moderna, sempre com muito humor. São alvos de seus ataques a desigualdade social, a burocracia e a corrupção nos governos e na polícia.
Esta característica de sua obra rendeu uma experiência traumática para sua mulher, a atriz Franca Rame. Em março de 73, ela foi sequestrada, no centro de Milão, e estuprada num furgão. Na época, o crime não foi esclarecido. Mas, no ano passado, o caso foi reaberto e a Justiça italiana concluiu que o estupro foi ordenado pelo alto comando da polícia local, como represália às constantes críticas do casal à instituição.
No Brasil, as peças de Fo são montadas desde os anos 70. Marília Pêra, Denise Stocklos, Osmar Prado e Herson Capri são alguns dos atores que já encenaram seus textos. O maior sucesso foi "Morte Acidental de um Anarquista", com Antonio Fagundes no papel, que permaneceu mais de sete anos em cartaz, na década de 80.


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