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Veterano e novatos estão em mostras
DA REDAÇÃO
Uma maleta cheia de ferramentas foi o que Abraham Palatnik,
73, levou na última quarta-feira
para ajustar algumas peças que
integram "Pioneiro Palatnik",
uma das exposições que inauguram o Itaú Cultural, escolhida justamente "pela proximidade com
o atual eixo do instituto: arte e tecnologia", segundo Milú Villela e
Ricardo Ribenboim, diretor superintendente da instituição.
Ajustes feitos minuciosamente
em cada peça (objetos e aparelhos
cinéticos), com um toque de
"professor Pardal", revelam muito sobre o artista nascido em Natal que passou parte da vida em Israel, onde estudou artes plásticas
e mecânica.
"Eu comecei com essa atividade
de arte cinética por acaso", diz Palatnik, contando sua visita ao hospital psiquiátrico Dom Pedro 2º,
onde conheceu o trabalho da médica Nise da Silveira, que estimulava os pacientes esquizofrênicos
a produzir arte. As obras dos internos (algumas delas presentes
na exposição) acabaram dando
novo rumo à arte de Palatnik ("eu
fiquei desnorteado!"), então com
20 anos. Com o apoio do crítico
Mário Pedrosa, resolveu apostar
na arte cinética e, em 1951, integraria "por acidente" a 1ª Bienal
de Arte de São Paulo. "Ele faz o
primeiro cinecromático em 51 e o
Mário Pedrosa tenta levá-lo para a
Bienal, mas foi recusado", conta o
curador da exposição, Marcio
Doctors, 45. "A Bienal não estava
pronta pra aceitá-lo; primeiro,
porque só aceitava as formas de
expressão tradicionais das artes
plásticas; segundo, porque para
ter um cinecromático você não
precisa de luz. Tem que ver na penumbra, na escuridão. Ele muda a
noção de exposição", teoriza.
Outra exposição que inaugura a
sede reformada do Itaú Cultural é
"Vertentes da Produção Contemporânea". A mostra é uma reunião de 54 jovens artistas de todo
o Brasil escolhidos pelo programa
Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2001/2003, que aponta a
produção contemporânea brasileira e é dividido em três módulos:
"Arte: Sistema e Redes", que enfoca arte e tecnologia, "Entre o
Mundo e o Sujeito", sobre contemporaneidade, e "Poéticas da
Atitude: o Transitório e o Precário", que questiona a transitoriedade da obra e dos materiais.
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