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Karabtchevsky assume grupo francês
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
O maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky, 67, assume em janeiro a direção musical da Orquestra
da Região do Loire e a direção artística das óperas das cidades
francesas de Nantes e Angers.
Seu posto -e esse pacote de
atribuições- é tão prestigioso,
no organograma musical, quanto
o dos diretores de Estrasburgo,
Lyon ou Bordeaux, que também
capitalizam com a política de descentralização -produções fora
de Paris- de concertos sinfônicos e montagens líricas.
Karabtchevsky, que foi por oito
anos o regente titular e, em seguida, diretor musical do Teatro La
Fenice, de Veneza, substitui o
maestro holandês Hubert Soudant, que também é regente no
Mozarteum, de Salzburgo, e na
Filarmônica de Tóquio.
"Meus planos, inicialmente,
eram o de me tornar, de agora em
diante, apenas maestro convidado, sem sofrer desgastes no relacionamento com músicos e com
os sindicatos", disse à Folha. "Só
no La Fenice não se montava nada sem o acordo com cinco sindicatos, que traziam idéias políticas
muitas vezes conflitantes."
Ele já passou pela Áustria, com a
Orquestra Tonkiinstler, de Viena,
pela Itália e mais suas duas experiências locais, a OSB (Orquestra
Sinfônica Brasileira, do Rio) e a
OSM (Orquestra Sinfônica Municipal, de São Paulo), esta última
entre 1993 e 1998.
Mudou de idéia com o convite
da Orquestra Nacional da Região
do Loire (Pays de la Loire, em
francês), com seus 120 músicos,
ao todo cerca de 140 récitas anuais
em sete cidades, e sobretudo a
possibilidade de montar dez produções de ópera por ano.
São cinco em Angers, para uma
orquestra reduzida e que se dá
bem com o repertório de Mozart,
Rossini ou Stravinski, e cinco em
Nantes, que tem um teatro do século 18 com espaço maior para os
músicos e apta a produzir óperas
com orquestras mais numerosas.
A orquestra não participa, com
o conjunto de seus músicos, dos
140 concertos de seu calendário
anual. "Ela é dividida em subgrupos, que os franceses designam de
"falanges", e o diretor em geral rege o programa mais trabalhoso",
diz o maestro brasileiro.
Para suas apresentações -ópera, concerto sinfônico, música de
câmara-, a Região do Loire possui 8.000 assinantes nas cidades
em que está implantada, o que,
diz Karabtchevsky, "é uma prova
bastante encorajadora de respaldo comunitário".
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