VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Chega ao palco peculiar experiência do coletivo de nove autores reunidos há dois anos em torno da escrita, montagem e publicação de suas peças.
A partir de hoje, a Cia. dos Dramaturgos mostra a primeira parte de seu repertório no Centro Cultural São Paulo. São quatro peças, ora interpretadas ou dirigidas pelos próprios autores, ora por artistas convidados.
A cada noite serão encenados dois textos. A temporada abre hoje com "(ainda sem título)", de Ana Roxo, dirigido por Fábio Torres, e "A Degola", de Paula Chagas, por Lucienne Guedes.
Em "(ainda sem título)", Roxo, 28, expõe o processo da escrita teatral por meio de quatro personagens metidos em crises criativas, borrando realidade e ficção na busca por um final.
"A Degola", de Chagas, 30, questiona até onde as instituições sociais podem reger a relação de um homem e uma mulher.
Amanhã, é a vez das estréias de "O Mata-Burro", de Fábio Torres, dirigido pelo convidado André Garolli, e "Mais Um", de Cássio Pires, por Ana Roxo.
A peça de Torres, 36, se passa no interior do Ceará, onde burros ficam soltos nas ruas. Os animais causam estorvo, mote que espelha a disputa local pelo poder.
Em "Mais Um", Pires, 28, flagra personagens que vagam pelo metrô paulistano no final de noite, seres transformados por estranhos que cruzam seus caminhos.
As peças estão no livro "Cia. dos Dramaturgos - Volume 1" (edição dos autores, 120 págs., R$ 20), lançado ontem.