|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Artistas transformam biblioteca no Pari em galeria
Prédio municipal recebe fotografias, pinturas e instalações; sem curadoria, exposição homenageia o galerista Jean Pierre Isnard, morto no início do ano
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Trinta e quatro artistas se
juntam para transformar uma
biblioteca pública em espaço
expositivo. Depois de meses de
conversa e vários dias de montagem, é inaugurado hoje o
Projeto Pari, na biblioteca
Adelpha Figueiredo, zona central de São Paulo.
Assim como a região ao redor, a biblioteca apresenta sinais claros de degradação.
"Quando chegamos, encontramos uma biblioteca pouco visitada e com quilos de poeira",
conta Camille Kachani, um dos
participantes do projeto. Limpeza, pintura e jardinagem foram algumas medidas tomadas
pelos artistas antes da montagem. "Por conta da mostra, várias escolas já programaram visitas", afirma Kachani.
A maior parte dos participantes não mora no Pari. A relação
com o bairro, porém, vem desde maio do ano passado, quando o galerista Jean Pierre Isnard montou a mostra "Estrela
do Pari" na sede do clube de futebol de mesmo nome. O galerista morreu no início do ano,
mas os artistas resolveram dar
continuidade ao projeto, especialmente depois de convidados a expor na biblioteca.
Como não há curadoria ou
seleção propriamente dita, a
qualidade dos trabalhos varia
muito. De qualquer modo, boa
parte das obras procura dialogar com o espaço da biblioteca,
ocupando vidros, jardim e até
as próprias estantes.
A mineira Néle Azevedo colou fotos e poemas nas janelas,
de modo que possam ser vistos
também pelo lado de fora. O
paulistano Fernando Marques
Penteado interveio no retrato
de Adelpha Figueiredo, célebre
bibliotecária da história do
Brasil. Assim, por essas e outras
formas, a exposição dialoga
com a memória do bairro.
Em duas salas, a instalação
"Dobra-Obra-Labirinto" foi
pensada por Felipe Ribeiro, Silvia Mecozzi e Veridiana Zurita.
Reordenando estantes de literatura infanto-juvenil, eles
criaram um labirinto que remete ao universo onírico de
"Alice no País das Maravilhas".
"Não exite em perder-se", diz
uma das mensagens nos corredores, brincando com o termo
em inglês para "saída".
No jardim do prédio, faixas
foram espalhadas por Ana
Amélia Genioli. Tiradas de diálogos entre os artistas por e-mail, unem a arquitetura do
prédio ao processo criativo que
ali se estabeleceu.
PROJETO PARI - 30 ARTISTAS NA BIBLIOTECA
Quando: abertura hoje, das 11h às 18h;
de seg. a sex., das 8h às 17h; sáb., das
9h às 14h; até 15/10
Onde: Biblioteca Adelpha Figueiredo
(pça. Ilo Ottani, 146, Pari, tel. 6292-3439)
Quanto: entrada franca
Texto Anterior: Gidon Kremer e sua Kremerata se apresentam em SP Próximo Texto: Mostra destaca técnica da foto-pintura Índice
|