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CRÍTICA
A senha para o perigo
da Redação
A palavra-chave deles é rebelião, mas os skinheads de "Oi!
Warning" não sabem contra o
que se rebelar. Apolíticos e sem
alvos concretos, voltam suas armas contra as demais tribos urbanas e minorias raciais e sexuais.
Esse universo, em que os homens só sabem se afirmar pela
truculência, torna-se o único código de masculinidade para o
adolescente Janosch. Egresso do
meio operário, ele não almeja, por
exemplo, se tornar um alto executivo de multinacional -mesmo
porque essa realidade lhe é estranha e inalcançável.
Seu modelo é o skinhead Koma,
que trabalha em uma engarrafadora e cujos passatempos se resumem a lutar kickboxing, encher a
cara e dançar pogo ao som de
bandas oi (gênero preferido dos
skinheads que tem batida lenta e
pesada e letras nacionalistas).
Janosch tenta ser a réplica fiel de
Koma. Raspa a cabeça, tatua o
corpo, aprende a lutar e faz pouco
caso do colégio e de seu professor
-um hilariante tirano que venera os revolucionários jacobinos e
suas técnicas de execução.
Aos poucos, Janosch começa a
se indagar se aquele é o caminho
que sua vida deve tomar. Suas dúvidas são acentuadas quando conhece um jovem punk, por quem
a afeição cedo irá desbancar para
uma amizade que vai muito além
do abraço e do aperto de mão.
No universo skinhead, tal "anomalia" precisa ser erradicada e, de
preferência, às ocultas. Não cabe
tentar entender a diferença, mas
sim destruí-la sem deixar rastros.
(BG)
Avaliação:
Filme: Oi! Warning (Oi! Warning)
Direção: Dominik e Benjamin Reding
Produção: Alemanha, 1999, 90 min
Quando: hoje, às 18h, no Espaço
Unibanco
Outras exibições na mostra: não há
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