São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

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ARTE

Instituto Tomie Ohtake exibe trabalhos que ilustraram o programa da TV Cultura; diretor quer criar reserva técnica para coleção

Obras-cenários de "Metrópolis" ganham exposição

Divulgação
Fotografia da Santa Casa, feita por Artur Omar; imagem foi exibida no programa da TV Cultura


GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando sobem os créditos finais do programa "Metrópolis", da TV Cultura, sempre há citação a um artista plástico com forte projeção em São Paulo. É nesses créditos que o telespectador conhece os autores das obras que, desde o início do programa nos anos 80, ilustram o seu cenário em formato de galeria. A partir de hoje, para convidados, e amanhã, para o público, parte dos trabalhos -que foram doados à fundação Padre Anchieta- será exibida no Instituto Tomie Ohtake.
É a segunda vez que essas obras vêm a público -a primeira exposição da "Coleção Metrópolis" teve como sede a Pinacoteca, em 2002. Das 160 peças que o acervo reúne hoje, o Tomie Ohtake exibe 33, traçando um panorama particular da arte feita nos anos 80 e 90, onde figuram nomes como Luiz Paulo Baravelli, Emanoel Araújo, Tomie Ohtake, Artur Omar, Regina Silveira, Antonio Henrique Amaral e Antonio Peticov.
Dos acima citados, todos são representados na exposição do Instituto por obras inéditas, que foram exibidas apenas pela TV. A mostra ainda conta com trabalhos de Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró, Arcangelo Ianelli, Amélia Toledo, Antonio Dias e Beatriz Milhazes, entre outros.
"Era condição haver valor cenográfico na obra para que ela pudesse ser exibida pelo programa", conta Helio Goldsztejn, diretor do "Metrópolis", responsável pelo desenvolvimento do projeto e curador da mostra, explicando a razão de os trabalhos possuírem formatos e dimensões similares.
A pintura predomina, ainda que haja forte presença de esculturas, como "Chicote" (1993), de Ana Maria Tavares. A mostra inclui trabalhos que têm a fotografia como suporte, como "Salvador: 1984", de Miguel Rio Branco. Há casos de obras feitas especialmente para o programa, como uma pintura em carvão e acrílico sobre tela, "Sem Título" (1999), de Paulo Von Poser, retratando uma vista panorâmica da avenida Paulista a partir do Conjunto Nacional.
A coleção continua crescendo. Todo mês chegam trabalhos novos. Goldsztejn diz que estuda criar uma reserva técnica para guardar a coleção e um espaço para uma mostra permanente.

COLEÇÃO METRÓPOLIS. Quando: seg. a dom., das 11h às 20h (abre hoje, às 20h); até 17/04. Onde: Instituto Tomie Ohtake (r. Coropês, 88, Pinheiros, tel. 2245-1900). Quanto: entrada franca.

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