São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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"CAPITÃO SKY E O MUNDO DE AMANHÃ"

Longa é festa de referências ao cinema

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

A Mostra de Kiarostami e Guy Maddin brinca de blockbuster americano ao passar a interessante ficção retrô "Capitão Sky e o Mundo de Amanhã", um dos filmes recentes de Jude Law que botam o ator na ordem do dia em Hollywood.
Combinando tecnologia moderna com a nostalgia dos seriados dos anos 40, "Capitão Sky" é uma festa de referências e homenagens ao cinema, que pode ir de um "Indiana Jones" da geração Macintosh até "Guerra dos Mundos" e "Godzilla".
Law e Gwyneth Paltrow (e um pouco de Angelina Jolie) estrelam o filme. Ele é um aviador free-lance à serviço da verdade e da justiça, acionado toda vez que o mundo precisa de sua ajuda. Ela, uma repórter abelhuda que faz tudo por uma boa história, principalmente uma do tipo que renderia manchetes sobre robôs-monstros destruindo grandes cidades do mundo sob o comando de um cientista maluco que tem idéias de ser o Noé, botar casais de animais em uma arca robótica e começar nova vida em outro planeta.
Ambientada na Nova York de 1939, a cidade mais destruída da história do cinema, a aventura foi totalmente filmada em um fundo azul, só mais tarde substituído por cenários virtuais.
O atrativo visual de "Capitão Sky" só não o transforma num filme maior pela ausência de seqüências daquelas memoráveis. Mas o filme consegue seu brilho ao botar personagens-arquétipos da ingenuidade dos seriados antigos para colidir com um cenário ultramoderno de ficção científica. E, parece, essa era a idéia do diretor estreante Kerry Conran.
Outro charme de "Capitão Sky" é dar o mesmo peso ao conflito mundial tão em voga (que aqui é "só" uma invasão de robôs gigantes) e a um conflito pessoal, que rende um final engraçado.


Capitão Sky e o Mundo de Amanhã
Sky Captain and the World of Tomorrow
   
Direção: Kerry Conran
Produção: EUA/Inglaterra/México, 2004
Quando: hoje, às 17h20, no Cinearte 1 (outras sessões dias 31 e 4/11)



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