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LEILÕES & CRIAÇÃO
Barreira antiaftosa faz carne baixar no Rio
SÉRGIO RIPARDO
free-lance para a Folha
Os cariocas estão pagando menos pela carne bovina do que os
paulistas neste início do ano, devido às novas barreiras sanitárias
contra a febre aftosa.
O bloqueio contra a doença dividiu o mapa da pecuária brasileira em duas áreas: a zona livre de
febre aftosa e a zona infectada.
A medida está em vigor desde a
publicação de uma portaria do
Ministério da Agricultura no último dia 28 de dezembro.
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás,
Mato Grosso, oeste de Minas Gerais e Distrito Federal integram a
zona livre de febre aftosa, embora
ainda com a exigência de vacinação do rebanho.
O restante do país, incluindo o
Rio de Janeiro e o Mato Grosso do
Sul (dono do maior rebanho bovino do país), está na zona considerada infectada.
Com isso, a carne não-desossada produzida em Mato Grosso do
Sul, que antes costumava abastecer São Paulo, está agora sendo
destinada ao Rio de Janeiro, o que
aumentou a oferta do produto no
mercado carioca.
É que os Estados da zona livre
estão proibidos de comprar carne
não-desossada dos Estados da zona infectada.
Resultado: o preço da carne no
Rio, que sempre foi superior ao de
São Paulo, agora está mais baixo.
Análise da Scot Consultoria
confirma essa mudança. "Tradicionalmente, a carne no Rio é
mais cara que em São Paulo. Hoje,
a oferta aumentou no mercado
carioca e sofreu uma restrição no
mercado paulista por conta das
barreiras sanitárias", diz o analista Alcides de Moura Torres.
Na sexta-feira passada, a alcatra
e o contrafilé estavam sendo vendidos a R$ 8,50/kg em um açougue no Jardim Paulista, zona sul
de São Paulo. Em Copacabana, no
Rio de Janeiro, o consumidor pagava 17% a menos (R$ 7/kg).
Com 36 focos em 99 -um a
mais do que em 98- o país quer
erradicar a doença até 2005 e promete limitar o trânsito de animais
e de carnes entre as duas regiões.
Em maio próximo, a OIE (Organização Internacional de Epizootias) julga o pedido de certificado
internacional feito pelo Brasil para o circuito Centro-Oeste.
A zona infectada abrange 75%
do território nacional e atinge cerca de 75 milhões de bovinos, metade do rebanho nacional.
Por transmitir o vírus, a carne
com osso, vinda da zona infectada, está proibida de circular na
zona livre. Os miúdos (fígado, coração e rins) só entram embalados a vácuo e congelados.
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