São Paulo, Terça-feira, 11 de Janeiro de 2000


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LEILÕES & CRIAÇÃO

Barreira antiaftosa faz carne baixar no Rio

SÉRGIO RIPARDO
free-lance para a Folha

Os cariocas estão pagando menos pela carne bovina do que os paulistas neste início do ano, devido às novas barreiras sanitárias contra a febre aftosa.
O bloqueio contra a doença dividiu o mapa da pecuária brasileira em duas áreas: a zona livre de febre aftosa e a zona infectada.
A medida está em vigor desde a publicação de uma portaria do Ministério da Agricultura no último dia 28 de dezembro.
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, oeste de Minas Gerais e Distrito Federal integram a zona livre de febre aftosa, embora ainda com a exigência de vacinação do rebanho.
O restante do país, incluindo o Rio de Janeiro e o Mato Grosso do Sul (dono do maior rebanho bovino do país), está na zona considerada infectada.
Com isso, a carne não-desossada produzida em Mato Grosso do Sul, que antes costumava abastecer São Paulo, está agora sendo destinada ao Rio de Janeiro, o que aumentou a oferta do produto no mercado carioca.
É que os Estados da zona livre estão proibidos de comprar carne não-desossada dos Estados da zona infectada.
Resultado: o preço da carne no Rio, que sempre foi superior ao de São Paulo, agora está mais baixo.
Análise da Scot Consultoria confirma essa mudança. "Tradicionalmente, a carne no Rio é mais cara que em São Paulo. Hoje, a oferta aumentou no mercado carioca e sofreu uma restrição no mercado paulista por conta das barreiras sanitárias", diz o analista Alcides de Moura Torres.
Na sexta-feira passada, a alcatra e o contrafilé estavam sendo vendidos a R$ 8,50/kg em um açougue no Jardim Paulista, zona sul de São Paulo. Em Copacabana, no Rio de Janeiro, o consumidor pagava 17% a menos (R$ 7/kg).
Com 36 focos em 99 -um a mais do que em 98- o país quer erradicar a doença até 2005 e promete limitar o trânsito de animais e de carnes entre as duas regiões.
Em maio próximo, a OIE (Organização Internacional de Epizootias) julga o pedido de certificado internacional feito pelo Brasil para o circuito Centro-Oeste.
A zona infectada abrange 75% do território nacional e atinge cerca de 75 milhões de bovinos, metade do rebanho nacional.
Por transmitir o vírus, a carne com osso, vinda da zona infectada, está proibida de circular na zona livre. Os miúdos (fígado, coração e rins) só entram embalados a vácuo e congelados.


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