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Empresa que nasceu no porão fatura US$ 3 mi/ano
do enviado especial
O mais novo "barão do café"
tem origem humilde e não é descendente da aristocracia paulista.
Danny O'Neill, 40, cresceu entre
dez irmãos em uma pequena cidade do interior dos EUA. O pai
era funcionário público, e a mãe,
dona-de-casa.
Hoje, O" Neill fatura US$ 3 milhões/ano com sua torrefação, a
The Roasterie, em Kansas City
(EUA). E pretende dobrar as vendas em 2000.
Ele se diz apaixonado por café.
O primeiro contato com a cultura
aconteceu na Costa Rica, em 1978.
O'Neill, então com 18 anos, foi estudar no país e acabou trabalhando na colheita do café.
No ano seguinte, voltou para os
EUA para estudar ciência política,
estudos internacionais e economia na Universidade de Iowa.
Tornou-se um profissional
bem-sucedido. Passou por grandes companhias, nenhuma delas
ligada ao café. "A cada promoção,
meu bolso se enchia de dinheiro,
mas por dentro sentia-me vazio.
Sonhava com o café."
Com 11 anos de profissão, e detentor de um alto salário, decidiu
abandonar a carreira. "Não sabia
exatamente o que fazer, mas queria trabalhar com café", diz.
Viajou à Costa Rica e, depois,
percorreu diversos Estados de seu
país, conversando com industriais e comerciantes do ramo.
Decidiu, então, montar sua própria torrefação. Com pouco dinheiro, quase desistiu da idéia ao
saber o valor do investimento inicial. Persistente, acabou montando a empresa no porão de sua casa. Comprou um torrador por
US$ 11 mil.
Com outros US$ 4.000, reformou o local, comprou contêineres, café e embalagens, além de
outros equipamentos. Estava
inaugurada a The Roasterie.
O'Neill conta que nos primeiras
semanas chegava a trabalhar 14
horas por dia. Durante o dia, saia
para fazer promoção de vendas. À
noite, processava o produto.
A primeira venda, no valor de
US$ 40, demorou um mês para
sair. "Nunca fiquei tão feliz."
Ele administra a companhia de
modo pouco convencional. Diz
concentrar a produção na qualidade. Ele mesmo prova todo o café que compra e jamais sabe o preço antes de fechar negócio. "Não
quero cair na tentação de adquirir
o segundo melhor produto."
Também faz, sob encomenda,
cafés personalizados para lojas,
supermercados e universidades.
Encontrou ainda um novo nicho para o seu produto, o mercado de brindes. "As empresas costumam dar a seus clientes canetas
e agendas no final do ano. Por que
não fazer o mesmo com um café
com a própria marca?"
Com isso, ele consegue também
agregar valor a seu produto.
Outra característica é vender o
café fresco. O café chega à torrefação às 9h, é processado e entregue
ao cliente no mesmo dia.
"Poderia tentar passar minha
vida inteira tentando, em vão,
competir com as grandes torrefações. Mas encontrei o meu nicho
de mercado. Todo pequeno deveria fazer o mesmo", afirma.
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