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Novilhos ficam soltos no pasto para conquistar mercado verde
da Reportagem Local
A produção de novilhos precoces, que vão para o abate bem
mais cedo, já é conhecida dos brasileiros, e a técnica vem sendo cada vez mais difundida.
Prova disso é o aumento do número de confinadores associados
à entidade que os representa em
São Paulo. Eles eram 100 há dois
anos e hoje já passam dos 300, segundo Antonio Pereira, presidente da Associação Nacional dos
Produtores e Processadores de
Carne e Couro de Qualidade.
Está surgindo agora o ""boi verde", denominação dada a um tipo
precoce feito no próprio pasto e
que é somente terminado no sistema de semiconfinamento.
Os que já trabalham com o ""boi
verde", como a Rezende Alimentos, de Uberlândia (MG), garantem que a criação é mais econômica devido justamente ao fato de
o animal comer somente capim e
uma suplementação mineral.
""É uma contraposição ao sistema de produção em confinamento total. No caso do "boi verde", o
ideal é o animal ir para o abate aos
dois anos de idade e pesando de
15 a 18 arrobas", diz o fazendeiro e
secretário da Prefeitura de Uberlândia, Paulo Ferolla.
Segundo ele, o bezerro é desmamado no próprio pasto. ""Sessenta
dias antes de ficar pronto para o
abate, ele entra no sistema de semiconfinamento para ganhar
uma cobertura ideal de gordura."
A produção do ""boi verde" visa
o mercado internacional. Europa
e Estados Unidos, por exemplo,
estão cada vez mais exigentes
quanto à qualidade e ao destino
da carne que dá entrada em seus
mercados.
Assim, a própria denominação
""boi verde" traz embutida uma
estratégia de marketing, reconhecem seus idealizadores.
Segundo o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo,
João Carlos Meirelles, o mercado
internacional movimenta 6,5 milhões de t de carne bovina ao ano.
A participação do Brasil na exportação é ínfima, 400 mil t/ano.
""É muito pouco e temos um diferencial que ninguém possui: as
condições para produzir o boi a
pasto. Elas proporcionam um tipo ecológico de carne."
Meirelles entende que fatores
como pasto, genética e cuidados
sanitários determinam a viabilidade da pecuária nos dias de hoje.
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