São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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Novilhos ficam soltos no pasto para conquistar mercado verde

da Reportagem Local

A produção de novilhos precoces, que vão para o abate bem mais cedo, já é conhecida dos brasileiros, e a técnica vem sendo cada vez mais difundida.
Prova disso é o aumento do número de confinadores associados à entidade que os representa em São Paulo. Eles eram 100 há dois anos e hoje já passam dos 300, segundo Antonio Pereira, presidente da Associação Nacional dos Produtores e Processadores de Carne e Couro de Qualidade.
Está surgindo agora o ""boi verde", denominação dada a um tipo precoce feito no próprio pasto e que é somente terminado no sistema de semiconfinamento.
Os que já trabalham com o ""boi verde", como a Rezende Alimentos, de Uberlândia (MG), garantem que a criação é mais econômica devido justamente ao fato de o animal comer somente capim e uma suplementação mineral.
""É uma contraposição ao sistema de produção em confinamento total. No caso do "boi verde", o ideal é o animal ir para o abate aos dois anos de idade e pesando de 15 a 18 arrobas", diz o fazendeiro e secretário da Prefeitura de Uberlândia, Paulo Ferolla.
Segundo ele, o bezerro é desmamado no próprio pasto. ""Sessenta dias antes de ficar pronto para o abate, ele entra no sistema de semiconfinamento para ganhar uma cobertura ideal de gordura."
A produção do ""boi verde" visa o mercado internacional. Europa e Estados Unidos, por exemplo, estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade e ao destino da carne que dá entrada em seus mercados.
Assim, a própria denominação ""boi verde" traz embutida uma estratégia de marketing, reconhecem seus idealizadores.
Segundo o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, o mercado internacional movimenta 6,5 milhões de t de carne bovina ao ano. A participação do Brasil na exportação é ínfima, 400 mil t/ano.
""É muito pouco e temos um diferencial que ninguém possui: as condições para produzir o boi a pasto. Elas proporcionam um tipo ecológico de carne."
Meirelles entende que fatores como pasto, genética e cuidados sanitários determinam a viabilidade da pecuária nos dias de hoje.


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