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RUMO A 2002
José Serra, que poderia tentar uma cadeira neste ano, quer disputar Presidência, e vaga tucana está indefinida
Eleição para o Senado será acirrada em SP
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com pré-candidatos em profusão, muitos já bem conhecidos do
eleitorado, a disputa para o Senado Federal mostra-se hoje distante da polarizada eleição para o governo paulista, dominada por Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
Estarão em jogo em 2002 duas
das cadeiras de São Paulo na Casa,
ocupadas hoje pelo tucano Pedro
Piva (suplente de José Serra) e por
Romeu Tuma (PFL). Serra e Tuma foram eleitos em 1994. O atual
ministro da Saúde, lançado pela
coligação PSDB-PFL, obteve
6.497.664 votos (27,7%), enquanto Tuma, da coligação PMDB-PL,
recebeu 5.541.262 (23,6%). A terceira vaga de senador é de Eduardo Suplicy (PT), que tem mandato até 2006 (foi reeleito em 1998).
Equilíbrio
O cenário que se apresenta até o
momento indica que a eleição para o Senado deverá ser equilibrada e sem grandes favoritos.
Isso ocorre, em parte, porque
Serra -em tese, nome forte para
obter a reeleição, justamente por
já ser senador- não deve entrar
na disputa. Ministro da Saúde, o
tucano é cotado para disputar a
Presidência da República. Só deverá concorrer ao Senado se notar
que não tem chance de suceder
Fernando Henrique Cardoso no
Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo, São Paulo faz
parte do grupo de Estados em que
não haverá um governador em segundo mandato que, impossibilitado de concorrer novamente ao
cargo, opta pelo Senado. E que
parte, assim, como favorito para
ficar com uma das vagas, o que
deverá ocorrer em Estados como
Paraná, Bahia, Paraíba e Ceará.
A expectativa é que, apesar da
polêmica jurídica que ainda envolve o tema, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) receba sinal
verde da Justiça para disputar a
reeleição em outubro.
"Este quadro contribui para que
apareçam nomes. Mais pessoas,
de diferentes partidos, estão se
sentindo encorajadas a disputar",
afirma Tuma.
O pefelista é um dos cotados para sair candidato à reeleição no
Senado pela chapa de Alckmin
para o governo, mas não descarta
concorrer ao Palácio dos Bandeirantes para dar um palanque a
Roseana Sarney (PFL).
Despontam também como nomes fortes para as duas vagas ao
Senado o atual ministro da Educação, Paulo Renato Souza
(PSDB), e o deputado federal
Aloizio Mercadante (PT).
A eles poderão se juntar o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB), o deputado federal Michel Temer (PMDB), a ex-prefeita
de São Paulo Luiza Erundina
(PSB), o ex-prefeito de Osasco
Francisco Rossi (PL) e o deputado
federal Delfim Netto (PPB).
Negociações
Nos próximos meses, a extensa
lista de pré-candidatos deverá se
afunilar, à medida que se definem
as coligações entre os partidos.
As vagas ao Senado são uma importante moeda de troca para garantir apoio de partidos pequenos
e médios às candidaturas a governador. Ao mesmo tempo, costumam ser cobiçadas por políticos
interessados em pelo menos fixar
o nome para futuras eleições.
Um dos partidos mais adiantados na formação da chapa é o PT,
que negocia com o PDT receber
apoio à candidatura de José Genoino ao governo do Estado.
Como parte do acordo, o deputado federal pedetista José Roberto Batochio deverá fazer dupla
com Mercadante na chapa ao Senado. "O importante não é o nome, mas construirmos um projeto distante de Alckmin e Maluf",
afirma Batochio.
Mercadante empenhou-se pessoalmente para garantir que o
partido abrisse uma vaga ao Senado para uma legenda aliada. Havia uma corrente que preferia sair
com uma chapa só de petistas.
Essa estratégia já foi adotada em
1994. Naquele ano, o PT lançou a
ex-prefeita Luiza Erundina, que
recebeu 4.218.376 votos (18,0%), e
cedeu a outra vaga para João
Herrmann Neto, do PPS, que obteve 1.194.183 votos (5,1%). Nenhum dos dois foi eleito.
Indefinição
Já o PSDB não abre mão de indicar o nome para fazer dobradinha
com Tuma, apesar de a coligação
que sustentará a candidatura de
Alckmin incluir outros partidos,
como PTB e possivelmente o PPS.
"É natural o PSDB ter candidato
ao Senado, uma vez que tem hoje
um senador e quer manter esta
condição", diz o presidente do
PSDB paulista, Edson Aparecido.
O partido terá de acomodar as
pretensões de suas lideranças.
Além de Paulo Renato, Pedro Piva
tem interesse na vaga de senador.
O PTB sinaliza que não vai brigar pela vaga, mas quer lugar na
chapa, provavelmente indicando
o vice de Alckmin. "Somos um
partido grande e estruturado.
Queremos uma coligação com
dignidade", diz o presidente da
seção paulista, Campos Machado.
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