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OUTRO LADO
Pesquisa é "furada", declara prefeitura campeã em despesa
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontada no estudo do Iedi
como uma das campeãs em
gastos, a Prefeitura de Araquari
(186 km de Florianópolis) diz
gastar só 3,2% do seu orçamento com "custos políticos", o que
se resumiria à verba destinada
todo ano à Câmara Municipal.
Segundo o secretário municipal de Administração e Finanças, Pedro Bello, não há gastos
com o sistema judiciário -a
não ser com um funcionário,
que custaria R$ 1.000 por mês.
Bello considerou "furada" a
pesquisa do Iedi, que coloca o
"custo político" de Araquari
entre os maiores do Brasil
(79,8% da receita municipal).
O secretário calcula o orçamento de 2005 em R$ 18 milhões. A administração municipal tem 480 funcionários, e a
folha de pagamento ocupa 47%
da receita corrente líquida.
A prefeitura destina verba
anual à Câmara de R$ 580 mil.
Além de nove vereadores, a Casa tem dois estagiários, um diretor e um advogado. O salário
dos legisladores é de R$ 2.100
mensais. Juntos, os dois estagiários ganham R$ 390, e os
dois funcionários, R$ 3.200.
"Obedecemos ao que determina a Constituição federal. O
limite é 8% da receita das transferências, impostos e taxas,
mas não chega a esse máximo."
Julio Gomes de Almeida, do
Iedi, afirma que a diferença entre os valores encontrados na
pesquisa e o relatado pelas prefeituras deve-se a uma questão
metodológica, já que o trabalho
computa como "custo político", entre outros, 30% dos gastos administrativos (incluindo
salários de prefeitos e cargos
comissionados) e 10% das despesas contabilizadas na Secretaria do Tesouro Nacional como "encargos especiais".
Outra diferença, segundo Almeida, é que o Iedi desconsiderou no cálculo da receita dos
municípios os repasses constitucionais "carimbados" (como
verbas para saúde e educação).
Águas de Lindóia
Apontada como uma das cidades com menores gastos, a
Prefeitura de Águas de Lindóia
(170 km de São Paulo) unificou
secretarias em um prédio e cortou as horas extras de funcionários para reduzir despesas.
O estudo aponta que o município gasta 8,18% de seu orçamento com "custos políticos".
Para o prefeito da cidade,
Eduardo Nicolau Ambar (PP),
47, os gastos políticos não passam de 2,5%. "Cortamos horas
extras de funcionários e, com
isso, reduzimos a folha de pagamento de 52% para 33% do
orçamento. Além disso, unificamos todos os serviços e secretarias em um prédio", disse.
A estrutura enxuta da Câmara também fez os vereadores
devolverem em 2005 aos cofres
públicos cerca de R$ 94 mil que
sobraram do orçamento do Legislativo em 2004, diz Ambar.
Para o secretário das Finanças do Recife, Elíseo Soares, "o
repasse à Câmara não pode ser
considerado um gasto, pois se
trata de uma obrigação constitucional, e não de uma transferência voluntária".
(FCZ)
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